Falta de esgoto no centro prejudica cascatas do interior de Gramado
2006-07-11
O problema da poluição causado, segundo o secretário de Meio Ambiente,
Luia Barbacovi, pela falta de ligação ao esgoto cloacal em Gramado, não é
exclusividade das cascatas do centro. Na última segunda-feira, dia 3,
Rose Reinheimer denunciou, na Tribuna do Povo da Câmara de Vereadores, o
descaso com as águas do Arroio Grande, que cruzam as terras da família na
Linha Ávila Baixa.
O Arroio Grande é formado por belas quedas d’água. No centro, as cascatas
Véu de Noiva, dos Narciso e da Morte são abastecidas pelo córrego. No
entanto, o esgoto que contamina os antigos pontos turísticos afeta também
as cascatas do interior. “Não dá para chegar na margem do arroio. Em dias
quentes, o cheiro é insuportável! O quadro pio-rou há dois anos”, destaca
Rose.
Segundo ela, todo lixo e esgoto que poluem o arroio no centro desembocam
nas cascatas que ficam na propriedade da família Reinheimer. “O terreno é
nosso, mas a água é um bem de todos”, frisa.
Poluição inviabiliza negócio da família
A Família Reinheimer pretende utilizar a área de cinco hectares de terra
que possui na Linha Ávila Baixa para explorar o turismo rural holístico.
No entanto, o esgoto e o cheiro desagradável oriundos do Arroio Grande
inviabilizam o negócio. “Aqui do sítio vai sair a sobrevivência da
família, mas não temos como trazer as pessoas na mata para meditar!”,
afirma Rose.
Segundo ela, o turismo rural holístico consiste na interação do homem com
a natureza usando as técnicas do Reiki, Yoga e Xamanismo. “Com a poluição,
não poderemos oferecer as técnicas de energização”, lamenta.
Rose destaca, ainda, que a família tem planos de utilizar a área para
realizar retiros e colônias de férias. “No futuro, pretendemos organizar
acampamentos para crianças da rede escolar, mas com o esgoto correndo no
arroio não tem condições”, observa.
(Jornal de Gramado, 07/07/2006)
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