Coordenador de grupo de trabalho diz que debate do São Francisco deve se racionalizar
2006-07-10
As discussões sobre a Bacia do São Francisco até o momento foram pautadas mais pela paixão que pela razão, e a idéia, agora, é racionalizá-las. A afirmação é do coordenador do Grupo de Trabalho da Casa Civil sobre o tema, Pedro Bertone, que disse que isso permitiria um entendimento melhor das ações de governo para a região.
Na Primeira Oficina de Trabalho sobre Desenvolvimento do Semi-Árido, ele destacou, entre as iniciativas, a reforma agrária, a construção de cisternas, o desenvolvimento de tecnologias da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o apoio a projetos locais de artesanato, criação de peixes e de abelhas, dentre outros.
Nas últimas quinta e sexta-feira (6 e 7), governo e sociedade discutiram em Brasília a revitalização do semi-árido nordestino, com foco na questão da Bacia do São Francisco com as bacias do Nordeste setentrional. O clima, segundo Pedro Bertone, foi “de perspectivas positivas para continuidade e aprofundamento dos debates, em que pese a existência de divergências entre movimentos sociais e governo”.
Bertone afirmou que quase todos os segmentos da sociedade civil organizada na área de influência do Rio São Francisco estavam ali representados. Alguns dos setores mais contrários à transposição do rio foram convidados, segundo ele, para que se possa fazer um efetivo mapeamento das divergências e aprofundar os debates.
Foi possível ter uma mostra, segundo o representante da Casa Civil, da disposição governamental de juntar as ações de revitalização da bacia do São Francisco com os movimentos sociais, de modo a garantir o desenvolvimento econômico sustentado da região. A discussão vista por esse ângulo da integração de interesses regionais de desenvolvimento, disse ele, “tem mais consenso que divergências”.
Bertone afirmou que será levada “ação mais efetiva ao desenvolvimento regional, com o governo dando continuidade ao debate para demonstrar, com argumentação técnica, os motivos que o fazem ter convicção de que o projeto é importante para o Nordeste e para o país”.
Ele disse que já existem regiões densamente povoadas, como Campina Grande, na Paraíba, com carência de água, e a administração pública tem que encontrar meios para garantir o abastecimento hídrico. Ele reafirmou que as prioridades absolutas do projeto para o São Francisco são o abastecimento humano e o atendimento a projetos sociais voltados para as populações mais carentes.
(Por Stênio Ribeiro, Agência Brasil, 08/07/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/07/07/materia.2006-07-07.2392594275