Relatório mostra problemas da Serra do Tabuleiro (SC)
2006-07-10
O Fórum Permanente do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro entregou relatório conclusivo do Grupo de Trabalho (GT) ao governador Eduardo Pinho Moreira, em audiência no Centro Administrativo na sexta-feira (7/7). No dia 19 de junho, o GT do Fórum, integrado por diferentes entidades, apresentou oficialmente um relatório que elenca sete problemas e as ações que podem solucioná-los em relação ao parque da Serra do Tabuleiro e o seu entorno. Nas propostas de soluções encontram-se encaminhamentos à Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), ao Ministério Público Estadual, ao governo do Estado e às associações que representam as comunidades envolvidas pela área do parque.
Desde a criação do parque, por meio do Decreto 1.260/75, que previa a demarcação de sua área em cinco anos, o que nunca ocorreu efetivamente, cerca de 14 mil propriedades do entorno encontram impedimento de regularização. O impasse envolve uma média de 20 mil pessoas. Destas, apenas 3 mil estariam instalados hoje dentro dos limites do parque.
Uma comissão interna para estudar o documento será formada, de acordo com o secretário de Desenvolvimento Sustentável, Sérgio Silva. O grupo inclui também estudos da Fatma e da Secretaria de Planejamento. " O objetivo é uma força tarefa para estudar as propostas do fórum e as implicações", declarou Silva. Ele disse que a comissão vai avaliar o que poderá ser feito e apresentar ao governador quando este retornar de uma viagem à Alemanha no dia 14 deste mês. "O próximo passo será uma nova rodada de conversação com os representantes do Fórum", informa o secretário.
Maior unidade de conservação do Estado, o Parque da Serra do Tabuleiro ocupa aproximadamente 1% do território de Santa Catarina, com uma extensão de 87.405 hectares. Foi criado pelo Decreto no 1.260/75 e abrange áreas de nove municípios: Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí, Garopaba e Paulo Lopes. Engloba também as ilhas de Fortaleza/Araçatuba, Ilha do Andrade, Papagaio Pequeno, Três Irmãs, Moleques do Sul, Siriú, Coral, dos Cardos e a ponta sul da Ilha de Santa Catarina.
O Parque tem variada vegetação, reunindo cinco das seis composições botânicas do Estado. Começa no litoral, com a paisagem da restinga, sobe a serra, alcançando o planalto em meio à vegetação dos pinhais, passando, nessa transição, pela Floresta Pluvial da Encosta Atlântica, vegetação da Matinha Nebular e os Campos de Altitude da chapada da serra. Dentre a vegetação formam-se rios e córregos que são responsáveis pelo fornecimento da água potável utilizada pelos moradores de toda Grande Florianópolis.
(Por Gisa Frantz, A Notícia, 08/07/2006)
http://portal.an.com.br/ancapital/2006/jul/08/1ger.jsp