Apesar de baixo risco atual, pandemia de gripe aviária é inevitável
2006-07-08
Especialistas da União Européia disseram nesta sexta-feira (07/07) que uma pandemia de gripe que poderia matar milhões continua inevitável, apesar de a ameaça imediata da gripe aviária à saúde humana na Europa continuar pequena. "A questão é quando e não se", disse Robert Madelin, diretor geral do Departamento de Proteção ao Consumidor e Saúde da UE. As pandemias de gripe são eventos raros, mas recorrentes.
Madelin citou as predições dos cientistas sugerindo que uma pandemia de gripe aviária poderia matar de 2 a 7 milhões de pessoas em todo o mundo, dez vezes o índice de mortalidade de uma gripe comum. Porém, ele alertou que essa previsão era muito difícil e que as predições atuais poderiam estar "absolutamente erradas". Não há maneira de prever o quão mortal pode ser uma pandemia de gripe, e qualquer palpite sobre um índice de mortes futuro são no máximo especulativos.
A diretora do Centro de Prevenção e Controle de Doenças da UE disse que os esforços para conter focos do vírus H5N1 da gripe aviária entre as aves domésticas foram bem-sucedidos na Europa. "O H5N1 é um pequeno risco para a saúde pública na União Européia", disse Zsuzsanna Jakab.
Ela acrescentou que a ameaça de mais focos da doença entre as aves européias continua, e alertou que os casos contínuos de humanos contraindo a doença de aves infectadas na Ásia aumentaram o risco de que o vírus pudesse sofrer uma mutação e tornar-se facilmente transmissível entre humanos. "Pode ser uma pequena ameaça, mas é uma que nós temos que levar muito a sério", disse Jakab em uma coletiva de imprensa. "Enquanto o vírus for endêmico na Ásia e em partes da África é bastante provável que ocorra novamente na Europa".
A UE divulgou que todos os seus 25 membros já traçaram planos nacionais de preparação para lidar com uma pandemia. Entre outras medidas, o bloco investiu US$250 milhões para ajudar países da Ásia, África e outras áreas de alto risco a monitorar e controlar a doença, e mais US$25 milhões com pesquisas em vacinas.
Porém, Madelin disse que as nações da UE deveriam também melhorar seus planos para lidar com o impacto social e econômico de uma pandemia que, segundo ele, poderia colocar mais de metade da força de trabalho de folga por doença, restringir severamente os gastos do consumidor, e sobrecarregar os serviços médicos levando mais de 5 milhões de pessoas extras aos hospitais europeus.
(AP, 07/07/2006)
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