(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-07-07
Quem passa hoje em frente ao Lixão da Caturrita, em Santa Maria, que recebe diariamente 160 toneladas de lixo, nota que a situação está um pouco melhor, se comparada com a do ano passado. O cheiro diminuiu e, visto de fora, o amontoamento de lixo parece reduzido. A lateral em frente à estrada de acesso está com menos lixo e mais cobertura de terra. Os catadores, porém, continuam lá, como também as casinhas improvisadas de alguns dos “moradores” do local.

Prefeitura e PRT afirmam que melhorias foram feitas no local desde o ano passado. Entretanto, segundo a Fepam, a aparência melhorada do lixão se deve ao fato de ter chovido pouco, identificando diversos problemas que precisam ser corrigidos. A Justiça determinou que o lixão tem de ser fechado ainda neste ano, ou seja, o lixo não deve mais ser depositado lá.

A secretária municipal de Proteção Ambiental, Ester Fabbrin, afirma que o local “não é mais um lixão. Foi um lixão por muito tempo, onde está se tentando fazer um aterro controlado.” Para isso, foram colocados drenos de gás e lixiviados (também conhecido como “chorume”, líquido produzido pelo lixo) e frentes de trabalho (taludes) onde se concentra o depósito de resíduos e sua respectiva cobertua com terra (aterramento). Segundo ela , a impermeabilização do solo (que caracteriza um aterro sanitário) é impossível de ser feita no local.

O que dificulta a transformação do lixão em aterro controlado, de acordo com a secretária, é a presença dos catadores, que, entre outras coisas, desenterram parte do lixo que já estava aterrado. Conforme o engenheiro da PRT (empresa que administra o lixão), Thiago Fiori, o trabalho dos catadores também estaria impedindo que a cobertura de terra seja feita de forma mais rápida. Os locais onde os catadores depositam o material que recolhem também seriam inadequados.

“Qual é a opção que nós temos?”, pergunta a secretária, em relação aos catadores. Ela argumenta que aquelas pessoas, se fosse impedida sua entrada no lixão, perderiam o seu trabalho e, conseqüentemente, a renda para comprar alimentos. De acordo com ela, o prazo para fechar o lixão terminaria em novembro deste ano.

Segundo o engenheiro da PRT, o projeto para a construção de um aterro senitário já foi aprovado pela Fepam, que já emitiu a licença prévia e a licença de instalação. A área onde será construído o aterro fica nas proximidades de onde hoje se encontra o lixão.

Entretanto, na opinião do engenheiro da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), José Antônio Mallmann, o lixão “não mudou muita coisa”. Segundo ele, a amenização do odor no local, como também a aparência melhor em algumas áreas, se deve à pouca freqüência atual das chuvas. Desta forma, o lixo não produz tanto líquido e contaminação.

Na vistoria mais recente que fez no local, ele identificou várias irregularidades. De acordo com ele, o chorume está infiltrando no solo, não foi feita a arborização das redondezas, parte do local não está cercada e a cobertura diária dos resíduos não está acontecendo, havendo montanhas de lixo de vários metros de altura. Parte deste problema seria devida à existência no lixão de um único trator, que só consegue “espalhar” o lixo.

Um monte de lixo

- 160 toneladas de lixo são enviadas diariamente ao Lixão da Caturrita. Prefeitura está tentando transformá-lo em um aterro controlado.

Catadores

Um catador de 23 anos que trabalha no lixão, afirmou ontem ser contra o seu fechamento, por não ter outra alternativa de renda. Ele diz trabalhar no local porque não conseguiu um outro emprego. Mas não gosta que chamem de lixo o que recolhe: “Não é lixo, é material”. Seu trabalho iniciou ontem ao meio-dia e terminaria à noite.

Às vezes o acompanha no serviço um de seus seis irmãos e sua cunhada. Ele mora com a mãe e diz guardar para si o dinheiro que consegue semanalmente, que às vezes chega a R$ 80,00, com o recolhimento de garrafas de plástico, latinhas e papel. Um catador menor de idade, que trabalha lá há um ano e meio, o acompanhava.

Em abril de 2005, a Fepam entrou com ação na Justiça contra a Prefeitura, pedindo, entre outras coisas, a suspensão do depósito de resíduos no local e o impedimento da entrada dos catadores, o que chegou a ser cumprido momentaneamente. Na época, a situação no lixão havia se deteriorado ainda mais devido às freqüentes chuvas. Antes disso, o Executivo Municipal havia descumprido três termos de compromisso ambiental assinados em conjunto com a Fepam, nos anos de 1990, 1998 e 2002.
(Por Lucas Casteli, A Razão, 06/07/2006)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -