SEPARAÇÃO DO LIXO É MAL FEITA PELA POPULAÇÃO
2001-10-08
Os dados podem se tornar um pouco mais animadores se considerarmos que o montante do lixo domiciliar está praticamente estabilizado desde 1998 em 900 ton/dia. Grande parte do restante é oriundo de obras, principalmente, da III Perimetral. - Na verdade, o potencial de reciclagem dos resíduos sólidos da cidade é 300 ton/dia, calcula o Diretor da Divisão de Destino Final do DMLU, Geraldo Reichert. Sendo assim, Porto Alegre deixa de reciclar em torno de120 ton/dia. A falta de conscientização de parte da população da cidade é um dos maiores problemas para a reciclagem correta do lixo seco. Apesar de as Unidades de Triagem, na teoria, receberem apenas lixo seco, o que vêm junto do lixo recebido no Aterro Zona Norte, por exemplo, é de assustar qualquer um, conta o presidente da Associação dos Recicladores da Zona Norte, Ademar Oliveira. São restos de comida, fraldas usadas, animais mortos, cacos de vidro e até agulhas e seringas usadas cheias de sangue. - Até parece que o povo faz de maldade, comenta ele. Mesmo que houvesse campanhas mais eficientes sobre a maneira de separar o lixo em casa e toda a população colaborasse, o DMLU não estaria aparelhado para aproveitar este lixo reciclável. Seria necessário contratar funcionários, ampliar a frota de caminhões e a carga horária das Unidades de Triagem. - No momento isso é inviável, basicamente, por uma questão de verba, admite Reichert. O que não é lixo seco vai direto para os dois aterros sanitários que o município utiliza: o da Extrema, localizado na Estrada do Espigão, no bairro do Lami, Zona Sul da Capital, e o Santa Tecla, no município de Gravataí, na Grande Porto Alegre, compartilhado com o próprio município de Gravataí, além de Esteio e Cachoeirinha. Reichert projeta mais um ano de vida útil para o aterro da Extrema. O Santa Tecla, que funciona desde 1998 em um local que, durante muito tempo, abrigava um lixão, pode durar mais quatro ou cinco anos. Segundo o Diretor Superintendente da Metroplan, Jorge Branco, com apenas duas ações o problema da destinação dos resíduos sólidos na Capital estará resolvido por mais dez ou quinze anos. São elas a duplicação do Santa Tecla e a construção de outro aterro consorciado, em local já licenciado. Trata-se do Aterro Leste, em Alvorada, que atenderá também Porto Alegre e Viamão. Branco, contudo, não sabe quando essas obras serão concretizadas. - Não há um prazo específico. Na verdade, temos que encontrar uma saída em, no máximo, três anos.