Um grupo de 30 alunos surdos participou ontem de uma trilha ecológica no Parque da Redenção. Os estudantes de 6ª, 7ª e 8ª série da Escola Frei Pacífico receberam orientações acerca da fauna e flora do local, além da história do parque e seus monumentos.
"Os deficientes são pessoas com maior sensibilidade e a trilha é para estimular a observação do que existe na natureza", destacou o secretário municipal do Meio Ambiente (Smam), Beto Moesch, que organizou o passeio. Para a coordenadora de Educação Ambiental da Smam, Jaqueline Maciel, essas ações já envolveram crianças, adolescentes, Terceira Idade e cadeirantes, com a idéia, agora, de ampliar o projeto para atender aos deficientes visuais.
Antes da atividade, os alunos assistiram a uma palestra sobre problemas ambientais, como o efeito estufa, poluição atmosférica, buraco na camada de ozônio e desmatamento. Eles foram acompanhados, na trilha, por três orientadores da escola e por dois estagiários da Smam, intérpretes na Língua Brasileira de Sinais (Libras).
A professora Sandra Rossato lembrou que nem sempre o surdo é compreendido em suas casas e as dificuldades se ampliam numa "sociedade ouvinte". Ela explicou que cada palavra ou expressão tem um sinal correspondente e, em nomes de pessoas ou ruas, eles aplicam o alfabeto em Libras. Lecionar para um grupo especial, disse ela, tem limitações. "É uma língua diferente e a compreensão deles também. Precisamos usar todos os recursos possíveis (teatro, experimentações, passeios) para que o conteúdo seja entendido." Para a aluna Bruna (7ª série), a atividade foi proveitosa.
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Correio do Povo, 06/07/2006)