ESTUDO GEOLÓGICO SOBRE A MITOLOGIA REVELA QUE DELFOS ERA UM GÁS TÓXICO
2001-10-05
Suspeitas científicas sobre o mitológico Oráculo de Delfos, na Grécia Antiga, levantadas há quase 2 mil anos por antigos intelectuais, apenas agora foram confirmadas. Um projeto científico multidisciplinar, encabeçado pelo geólogo norte-americano Jelle de Boer, concluiu que a parte física do oráculo estava totalmente calcada em fenômenos geológicos. Pequenas falhas no terreno e a emissão de gases tóxicos influenciavam o estado de consciência da sacerdotisa Pítia. O estudo inédito, recém-publicado na revista norte-americana Geology, a principal referência para os geólogos de todo o mundo, não procura questionar se o potencial de adivinhação de Pítia existia ou não. Mas ele mostra, com clareza, como fenômenos naturais eram usados para aumentar a credibilidade das respostas, não se sabe se de forma proposital ou não. A formação não é única, mas com certeza é rara. Em Delfos, havia pequenas falhas no terreno, pedras calcário-betuminas e um lençol freático bastante raso. Esse conjunto de fatores contribui para que gases hidrocarbonáticos bastante voláteis fossem levados à superfície. A análise das amostras coletadas nas rochas e nas águas próximas ao oráculo de Delfos, que apresentam as mesmas características da Antigüidade, mostrou a presença do etano, metano e etileno na região do santuário. Conforme a medicina sabe hoje, o gás etileno pode causar uma sensação de leveza e euforia no ser humano que o inalar. (GM/8)