Coleta seletiva de lixo no Brasil aumentou, mas precisa crescer mais, diz especialista na área
2006-07-05
O Brasil é considerado um dos países em desenvolvimento que mais recicla lixo urbano, segundo avaliação do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre). Segundo o diretor executivo da entidade, André Vilhena, em 2004, cerca de 10% do lixo das cidades brasileiras era reciclado.
Ele disse que os números brasileiros ainda são "insatisfatórios" e "bem abaixo" dos relativos a países desenvolvidos. De acordo com Vilhena, o Japão recicla entre 70 a 80% de seu lixo, não apenas de forma mecânica, o que resulta em materiais reciclados, como para a produção de energia elétrica por meio da incineração do lixo.
"No Brasil só temos a produção mecânica, para papéis e garrafas recicladas, por exemplo. Ainda assim, ela é bem menor que dos Estados Unidos, que só faz a mecânica também, mas em quantidade três vezes maior que a brasileira, ficando em torno de 30%".
Vilhena aponta com entrave ao aumento desse tipo de coleta a baixa adesão das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Segundo ele, Sul e Sudeste, juntas, correspondem a mais da metade do total reciclado em todo país.
A coleta seletiva de lixo pode ser feita de "porta em porta", na qual os moradores separam o lixo orgânico do inorgânico; por meio de cooperativas de catadores, que são responsáveis por essa separação; ou da instalação, nas cidades, de pontos de entrega voluntária de lixo.
O Cempre começou a pesquisar a coleta de lixo urbano em 1994, quando a coleta seletiva no Brasil correspondia a apenas 1% do total produzido. Os dados são divulgados a cada dois anos e o resultando de 2006 ainda está sendo processado.
(Por Aline Beckstein, Agência Brasil, 04/07/2006)
http://www.radiobras.gov.br/materia_i_2004.php?materia=268953&q=1&editoria=