Embrapa discute novas tecnologias de mapeamento de solos
2006-07-05
Especialistas de 17 países que trabalham com levantamento e modelagem matemática de solos participam de hoje até sexta-feira (7), no Rio de Janeiro, do 2º Workshop Global em Mapeamento Digital de Solos. O evento é promovido pela Embrapa Solos, unidade de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em conjunto com a União Internacional de Ciência do Solo e a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.
A organizadora do evento, Lourdes Mendonça, pesquisadora da Embrapa Solos, disse à Agência Brasil que o principal objetivo do encontro é discutir as novas tecnologias que possam definir os rumos para o mapeamento digital de solos no país e no mundo.
Os especialistas realizaram hoje, no primeiro dia de trabalhos, uma excursão à região serrana fluminense e, em seguida, à Região dos Lagos, para verificação da variedade de solos existente no país.
"As técnicas novas ajudam você a colocar mais certeza no mapeamento, uma vez que incluem dados estatísticos e matemáticos, além de informações sobre o meio ambiente, como relevo, clima, imagens de satélites. Você pode fazer uma predição e conhecer o erro da sua predição", explicou a pesquisadora.
Mendonça disse que a maioria dos pesquisadores é da área de ciência do solo, que é uma área nova do conhecimento. Ela informou que "no Brasil tem algumas pessoas trabalhando de maneira ainda um pouco isolada no mapeamento quantitativo do solo, porque você usar a matemática e a estatística para ajudar a predizer que classe de solo existe no país, em termos de fertilidade, e outras propriedades, é uma coisa mais nova".
Esse trabalho pioneiro vem sendo efetuado em algumas regiões brasileiras, como o Sul, o Centro-Oeste e o Estado do Rio de Janeiro, onde o mapeamento digital quantitativo é o principal tema de pesquisa da Embrapa Solos, informou Lourdes. "O objetivo é reunir a cada dois anos pessoas que estão trabalhando nessa área para discutir o que é novo em termos de software (programas de computador), hardware (componentes dos equipamentos de informática), novas tecnologias e métodos para o mapeamento digital de solos, que é uma coisa ainda pequena e pouco usada", explicou.
Mendonça deixou claro que a finalidade do workshop não é mapear o Brasil inteiro, mas discutir as saídas e novas metodologias e instrumentos disponíveis para melhorar o mapeamento de solos. O workshop é realizado a cada dois anos. O primeiro ocorreu na França, em 2004, e o próximo, em 2008, dará continuidade às discussões que estão sendo feitas agora.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 04/07/2006)
http://www.radiobras.gov.br/materia_i_2004.php?materia=268945&q=1&editoria=