Maranhão já tem 13 mortos por doença misteriosa
2006-07-05
Subiu para 13 o número de mortes provocadas por uma doença misteriosa que atinge o sul do Maranhão. A Secretaria estadual de Saúde confirmou a morte de uma pessoa, na última quinta-feira, e a inclusão de mais duas ocorridas em janeiro. O superintendente de Epidemiologia da Secretaria de Saúde, Henrique Jorge dos Santos, explicou que a inclusão dos dois casos de janeiro se deve ao trabalho de investigação que está sendo feito na região por uma equipe do Ministério da Saúde, das secretarias do estado e dos 16 municípios atingidos.
Uma equipe de neurologistas da Unicamp, do Instituto Emílio Ribas e da Universidade Paulista de Medicina também foi enviada à região pelo Ministério da Saúde e, no último fim de semana, fez exames em 55 pacientes que chegaram a ser internados no hospital em Imperatriz (MA) com sintomas da doença, mas estão fora de perigo. Oito pessoas continuam internadas, duas na UTI. Segundo Jorge, os resultados dos exames devem ficar prontos em 15 ou 20 dias.
- Somente aí poderemos concentrar as investigações, que hoje trabalham com várias hipóteses - diz Jorge, que não compartilha com a tese do diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Expedito Luna, que afirmara que a causa mais provável da doença seria a falta de vitaminas.
- Como falta de vitamina se todos os que apresentaram os sintomas e os que morreram foram homens entre 14 e 49 anos? Por que as mulheres não foram atingidas? - pergunta Jorge.
Outra hipótese é a de intoxicação por agrotóxico. Além dos exames neurológicos, mostras de sangue, cabelos, líquido da espinha dorsal e vísceras das vítimas foram recolhidos e enviados para exames no Instituto Evandro Chagas, em Belém.
Os sintomas da doença são inchaços nas pernas, formigamento, diminuição da força muscular e dificuldades para respirar. A Secretaria de Saúde continua alertando os moradores da região para que procure um centro médico quando apresentar qualquer um desses sintomas. As autoridades afirmam que a doença não é contagiosa.
(Por Raimundo Garrone, O Globo, 04/07/2006)
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