O governo da China decidiu construir um reator nuclear de 600 megawatts de tecnologia chinesa, a primeira central a nascer no interior do país, refere hoje o jornal oficial chinês "China Daily." A empresa estatal de construção de infra-estruturas nucleares China National Nuclear espera iniciar a construção da central num espaço de entre três e cinco anos na região do Taohuajiang, a cerca de 100 quilômetros de Changsha, capital da província de Hunan, no centro do país, segundo o "China Daily."

O jornal adianta que o Conselho de Estado chinês, o conselho de ministros do país, tem ainda de tomar a decisão final quanto ao calendário de construção da central. As atuais centrais nucleares chinesas estão todas localizadas no litoral do pais, mas o governo central aprovou já planos de construção nas províncias interiores de Hebei, Sichuan e Hubei, como forma de estimular o crescimento industrial do interior.

A China, segundo maior consumidor mundial de energia a seguir aos Estados Unidos, tem vindo a tentar diversificar a estrutura energética para alimentar o seu crescimento econômico de cerca de 10 por cento ao ano e definiu a energia nuclear como uma forma de combater a dependência petrolífera.

O governo chinês definiu como meta a construção nos próximos 15 anos de 30 reatores nucleares, para atingir uma capacidade nuclear instalada de 40 mil megawatts em 2020, o que obrigara a construção anual de duas centrais de mil megawatts.

A noticia do China Daily não adianta o valor da construção da central nuclear de Taohuajiang, dizendo apenas que a utilização de tecnologia chinesa permitira reduzir os custos. A China produz atualmente cerca de sete mil megawatts de energia nuclear. A China recorre ao carvão e ao petróleo para satisfazer 90 por cento das necessidades energéticas.
(Angola Press, 04/07/2006)
http://www.angolapress-angop.ao/noticia.asp?ID=453324