Usina eólica põe Osório (RS) no tempo das vacas gordas
2006-07-05
“A criança nasceu robusta e linda”, disse o veterano advogado Francisco Moro, na noite de segunda-feira (3/7), ao ocupar o espaço para convidados da tribuna da Câmara Municipal de Osório. Como forma de comemorar a recente entrada em operação dos primeiros 25 aerogeradores do parque eólico em construção no litoral norte do Rio Grande do Sul, ele sugeriu que os nove vereadores tomem a iniciativa de conceder o título de cidadão osoriense aos pais da criança.
Assessor jurídico do grupo Elecnor, Moro citou nominalmente como merecedores da honra o espanhol Guillermo Planas Roca e os brasileiros Telmo Magadan e Alberto Costa Pinto, que abriram o caminho para a pioneira exploração do vento no estado. “Estas pessoas fizeram uma revolução e Osório teve muita sorte ao ganhar esse empreendimento -- divisor de águas na história da geração de eletricidade no Rio Grande do Sul”, disse Moro.
Ex-secretário da Fazenda municipal na época das vacas magras, no século XX, quando a prefeitura chegava ao fim dos meses sem dinheiro em caixa para honrar a folha de pagamento, Moro garantiu que o município vai ter um acréscimo de pelo menos 40% na arrecadação de ICMS sobre a produção de energia elétrica, fora o que arrecadar a mais com o incremento dos negócios após a melhoria da infra-estrutura municipal de turismo.
O sufoco financeiro já acabou na administração municipal. Subitamente enriquecida pelos tributos gerados pelas obras do parque eólico e da duplicação da BR-101, a prefeitura de Osório deu um aumento salarial para o funcionalismo, implantou um plano de carreiras e convocou um concurso público que recebeu 12 mil inscrições até o último dia 30 de junho. Além disso, prepara-se para gastar 2,8 milhões de reais no asfaltamento de 96 ruas até o final do ano. Prepara-se assim para comemorar os 150 anos do município. A partir de dezembro, Osório terá um ano de festas.
Por Geraldo Hasse, série Diário dos Ventos, especial para o Jornal JÁ e Ambiente JÁ, 04/07/2006.