Graças à chuva do mês de junho e à economia que os caxienses estão fazendo,
o nível de água nas represas da cidade voltou a subir e já está, em média,
dois metros acima do registrado 30 dias atrás.
A barragem da Maestra, onde a situação era mais complicada e os marcadores
já indicavam redução de mais de oito metros do nível normal, está com
6,64 metros negativos. Ainda é muito baixo, mas já é um bom sinal.
Isso foi possível porque dos 30 dias de junho, choveu em 16. O acumulado
de chuvas de todo o mês foi de 180,2 milímetros, 15% acima da média para o
mês nos anos em que não ocorre estiagem. Se depender das previsões para o
inverno, a tendência é a situação melhorar ainda mais.
- Ainda não choveu em julho, mas nós devemos ter precipitações na média
durante os próximos meses. Pelo menos por enquanto, não devemos mais ter
estiagem - prevê a coordenadora da Central de Meteorologia da RBS, Cátia
Valente.
O decreto publicado pela prefeitura no final de maio, obrigando as
pessoas a racionalizar o uso da água também contribuiu para a elevação dos
níveis. A determinação proíbe o desperdício do líquido tratado pelo
Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) e prevê multa a quem
desrespeitar a norma. O diretor-geral do Samae, Marcus Vinicius Caberlon,
revela que no primeiro mês do decreto houve uma redução de 3% no consumo.
Isso corresponde a 39 milhões de litros de água, ou o equivalente ao
consumo de 10 mil pessoas por um mês.
- Parece pouco, mas quando se faz o cálculo do que isso representa,
nota-se como toda a economia é importante - analisa.
Desde que o decreto entrou em vigor, o Samae recebeu 905 denúncias de
desperdício e fez 860 visitas de averiguação e conscientização. Caberlon
não sabe até quando o decreto continuará vigorando, mas adianta que
enquanto os níveis estiverem baixos, não há chances de a prefeitura
revogar a determinação.
(Por Graziela Andreatta,
Pioneiro, 04/07/2006)