O prefeito Marlon Santos ainda era deputado estadual quando deu a primeira piscada para a Aracruz, indústria de celulose que está comprando áreas rurais no município para produção de eucalipto. Apesar do flerte ter iniciado em 2004, o plano de expansão da Aracruz só foi anunciado no final do ano passado, “despertando a correria de prefeitos de dezenas de cidades gaúchas”, disse o gerente de reflorestamento da indústria, Renato Rostirolla. “Escolhemos Cachoeira pelo dinamismo, boa vontade e agilidade do prefeito Marlon, além dos incentivos que ele prometeu nos conceder”, revelou Rostirolla.
Com expectativa de gerar 200 empregos em Cachoeira já no mês que vem, na plantação e cultivo de 150 mil hectares de eucalipto, a Aracruz pretende ainda abrir uma unidade de picagem de madeira na cidade em 2012. Quando a segunda parte do investimento for inaugurada, o porto de Cachoeira do Sul deverá entrar em operação. A empresa tem planos de plantar e picar eucalipto na cidade, transportando via Rio Jacuí a madeira para ser processada em Guaíba, município em que a Aracruz fabrica celulose.
A unidade de Guaíba da indústria será ampliada, com expectativa de produzir 1,8 milhão de toneladas de celulose ao ano, quatro vezes mais do que é fabricado atualmente.
Operação
O projeto da nova fábrica está previsto para entrar em operação entre 2010 e 2015, tempo necessário para estabelecer os plantios de eucalipto que sustentarão a nova demanda de madeira. “A plantação poderá atingir outros municípios vizinhos de Cachoeira, mas a mão-de-obra será exclusiva dos cachoeirenses, com transporte e alimentação pagos pela Aracruz”, observa Renato Rostirolla.
“O aumento da base florestal será feito através de arrendamento de terras e com plantios em áreas próprias. Cachoeira do Sul é bastante importante no contexto, pois, além de poder participar no processo de produção e comercialização de madeira, poderá ativar o porto e a hidrovia do Jacuí”, ressalta o engenheiro florestal da Aracruz, Jorge Klein.
Aracruz em Cachoeira
. A Aracruz vai arrendar e adquirir 150 mil hectares em Cachoeira e região para o plantio de eucalipto. Só depois que as árvores estiverem no ponto de corte, seis anos após o plantio, é que a cidade ganhará uma unidade industrial da Aracruz, a de picotamento de madeira. Rio Pardo também ganhará florestas de eucalipto da indústria de celulose, numa área de até 100 mil hectares.
. A indústria Aracruz é uma empresa brasileira líder mundial no mercado de celulose branqueada de eucalipto. O protocolo de intenções com o prefeito Marlon Santos e com o governador Germano Rigotto já foi assinado.
. Para contemplar Cachoeira do Sul com o investimento, o prefeito Marlon se comprometeu em doar à empresa uma área de 20 hectares nas imediações do porto e de isentar a Aracruz do pagamento de Imposto Sobre Serviço (ISS) e de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
. Já o governador Germano Rigotto se comprometeu com asfaltamento do início da Avenida dos Imigrantes até o Alto do Amorim, via Volta da Charqueada, trecho de aproximadamente oito quilômetros que será usado para o transporte das toras de madeiras a serem picadas em Cachoeira.
(Por Patrícia Loss,
Jornal do Povo, 04/07/2006)