Novas etapas do projeto de US$ 1,4 bilhão da Votorantim Celulose Papel (VCP), em implantação na Metade Sul gaúcha, foram examinadas ontem no Palácio Piratini. A empresa planeja instalar uma planta industrial com capacidade de produção de 1 milhão de toneladas de celulose por ano, em uma área de 400 a 500 hectares. O município onde vai se localizar o empreendimento ainda não está definido.
Em reunião com o governador Germano Rigotto e com o secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Luis Roberto Ponte, o diretor-presidente da VCP, José Luciano Duarte Penido, sugeriu a formação de um acordo entre os prefeitos desses municípios. Penido propôs que o ICMS gerado pela futura planta industrial não fique concentrado apenas naquele município que abrigar a fábrica de celulose. "A idéia é que uma parcela do recolhimento fique no município que hospedar a indústria e outra parte, em torno de 60% a 70%, seja dividida pelos demais onde haja florestas plantadas para construir a cadeia de valor da fábrica de celulose e papel", explicou Penido.
Rigotto colocou-se à disposição para organizar o debate. De acordo com Penido, cinco universidades gaúchas estão desenvolvendo estudos técnicos que vão contribuir para a definição do local onde ficará a planta da VCP.
Estão envolvidos no projeto um total de 27 municípios produtores de madeira: Pelotas, Rio Grande, Arroio Grande, Cerrito, Pedro Osório, Capão do Leão, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, Amaral Ferrador, Cristal, São Lourenço do Sul, Turuçu, Arroio do Padre, Morro Redondo, Canguçu, Santana da Boa Vista, Caçapava do Sul, Lavras do Sul, Bagé, Hulha Negra, Aceguá, Candiota, Piratini, Pinheiro Machado, Pedras Altas, Herval e Jaguarão.
Em metade das áreas adquiridas no RS, a VCP vai cultivar eucalipto, e a outra metade ficará destinada a reservas florestais e áreas de preservação. Em 2005, foram plantados 20 mil hectares. A partir deste ano, a empresa estruturou-se para o plantio anual de 17 mil hectares, com projeção de obter em 2010 aproximadamente 100 mil hectares cultivados. Outros 100 mil hectares serão integralmente reservados à preservação ambiental, segundo a empresa.
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Correio do Povo, 04/07/2006)