O risco de contaminação do meio ambiente com o descarte de lâmpadas fluorescentes está longe de ser resolvido em Porto Alegre. Embora as leis estadual e federal exijam que o fabricante recolha o material usado, o consumidor não tem a garantia da devolução nos pontos de venda. Na Capital, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) não dispõe de estrutura para reciclar o material e é obrigado a descartá-lo nos aterros sanitários.
Quando quebrada, a lâmpada libera um vapor de mercúrio no ambiente, contaminando solo, água e seres vivos. Nos humanos, a inalação da substância pode causar danos ao sistema nervoso. Conforme o secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch, o grande desafio é fazer com que os pontos de venda recebam as lâmpadas usadas e as encaminhem aos fabricantes. Segundo o diretor-geral do DMLU, Garipô Selistre, um comitê gestor ambiental - formado por Smam, DMLU, Fepam e Procuradoria-Geral do Município - discute o problema.
Na avaliação de Moesch, a ausência de fabricantes e empresas especializadas em reciclagem de lâmpadas em Porto Alegre dificulta a solução. Para ele, o problema é nacional pela inexistência de uma política pública sobre o assunto. "Como o governo federal permite a venda de um produto tóxico sem garantir seu retorno?", criticou o secretário.
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Correio do Povo, 04/07/2006)