Diante da dificuldade em flagrar os pichadores, a Polícia Civil tem
contado com o apoio da população para chegar aos vândalos. Das pessoas
que registram denúncias no Disque-Pichação, parte possui dados sobre os
pichadores e algumas chegam a montar dossiês, inclusive com fotografias.
Há quase um mês, um grupo de trabalho formado por secretarias
municipais, Ministério Público, Brigada Militar, Polícia Civil e atelier
Alice Prati estuda o problema e formas de agilizar soluções.
Desde o início do ano, a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio
Ambiente da Capital recebeu apenas dois casos desse tipo. O pequeno
número de processos ocorre em função de equívocos na hora da definição
do tipo de crime. "Em vez de crime ambiental, as ações dos pichadores
acabam sendo tipificadas como crime de dano ao patrimônio público, que
tem uma pena menor e não prevê o reparo do dano", afirma a promotora de
Defesa do Meio Ambiente, Ana Maria Moreira Marchesan. Previsto no artigo
65 da lei 9.605, a pichação pode ter pena de três meses a um ano ou de
seis meses a um ano, nos casos de bens tombados. Nas duas situações,
ocorre a aplicação de multa.
Na última semana, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam)
divulgou levantamento com os monumentos e os bairros mais visados pelos
pichadores. Lideram as ocorrências Centro, Cidade Baixa e Azenha. Entre
os monumentos mais atacados, estão o de Bento Gonçalves, Expedicionário,
Açorianos e Coluna Israelita. O Disque-Pichação (fone 153) registrou 65
ligações desde que entrou em operação, no fim de maio. Já houve a
confirmação de 12 denúncias.
(
Correio do
Povo, 02/07/2006)