Ele veio da China e se alastra para além da Bacia do Guaíba. Oito anos
depois de seu primeiro registro no Rio Grande do Sul, o mexilhão-dourado
ainda traz prejuízos econômicos e ambientais e chegou para ficar.
- É impossível exterminá-los. Temos de aprender a conviver com ele - diz
a pesquisadora da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) Marcia
Bonow Lemieszck.
O que está ao alcance de especialistas, de empresas e da população,
segundo explica a bióloga, é prevenir ou retardar o alastramento do
mexilhão. Como ele não tem predador natural nas águas da América do Sul,
sua proliferação, que já é rápida, se acelera. Cada mexilhão gera milhões
de larvas a cada reprodução. Eles se aglomeram em centenas e entopem
tubulações de captação de água, filtros e sistemas de resfriamento em
hidrelétricas e causam danos em motores de embarcações.
Alguns peixes carnívoros se alimentam das larvas dos moluscos, mas não é
o suficiente para conter sua expansão. Essa mudança pode causar
desequilíbrio na cadeia alimentar, pois esses peixes deixaram de comer
outros organismos.
- Só daqui a muitos anos poderemos verificar o que acontecerá com essa
outra população - diz a pesquisadora Maria Cristina Mansur, do Laboratório
de Aquacultura da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS).
O mexilhão-dourado também é responsável por comprometer o desenvolvimento
de espécies nativas.
(
Zero Hora, 29/06/2006)