Ainda que o projeto esteja em etapa preliminar de debates, o secretário nacional de Energia, Ronaldo Schuch, confirma as chances de Candiota entrar na fase quatro. Segundo ele, Candiota 4 seria uma usina compartilhada entre Brasil e Uruguai.
O projeto faz parte de uma discussão iniciada em 2004 para a instalação de uma conversora de energia e uma linha de transmissão entre Candiota e Uruguai. "Esta é uma proposta mais concreta, com grupo técnico constituído e decisão prevista para os próximos 30 dias", diz ele. O Brasil já exporta energia excedente para o país vizinho. Por Rivera, vão 70 MW e, por Garabi, outros 500 MW, que podem chegar a 1.000 MW.
"A discussão em torno de uma nova usina está aberta e vai prosseguir", garante ele. O presidente da CGTEE, Sereno Chaise, acompanha o assunto e diz que o debate envolve definições sobre os investimentos que caberão a cada parte e o preço da energia. No mercado interno, o MW gerado em usinas a carvão tem subsídio de 100% sobre o custo do combustível. Para exportação, não há incentivo.
Ronaldo Schuch explica que a ausência de subsídios nas exportações não é problema, pois o Uruguai faz um cotejo dos preços de Brasil e Argentina nas importações atuais, montando o mix mais atrativo para o país. Segundo o secretário nacional de Energia, o combustível equivale a 70% do custo do MW.
Não é só Candiota 4 que tem chances de sair. Ronaldo Custódio revela que a crise do gás natural reavivou os projetos de energia térmica. "Retomamos os estudos de planejamento para futuras usinas termelétricas", diz ele. De acordo com o secretário, além do carvão, a fonte nuclear passa por reavaliação.
(Por Denise Nunes, Panorama Econômico,
Correio do Povo, 03/07/2006)