Além dos grandes projetos, como CTSul e Seival, que não participaram do leilão, os pequenos empreendimentos, como quatro centrais hidrelétricas (PCHs) e duas usinas térmicas a óleo, não conseguiram vender a energia ofertada no leilão de quinta-feira. Segundo o secretário de Energia, Minas e Comunicações, José Carlos Brack, o resultado não chega a inviabilizá-los, mas deve atrasar o cronograma de implantação, uma vez que o início das obras depende da garantia de receita futura representada pelos contratos de venda da energia a ser produzida.
Brack ressalta que os seis empreendimentos são de empresas privadas, sendo que as quatro PCHs somam 75MW de energia instalada e as térmicas, 121MW. No caso dessas últimas, a energia deixou de ser contratada pela falta de um pré-requisito exigido pela Aneel: licenças prévias. Elas terão novas chances nos próximos leilões. Assim como as PCHs, que poderão ofertar a energia tanto nos leilões quanto no mercado livre. A expectativa é que o Rio Grande do Sul se dê melhor em setembro.
A frustração dos novos projetos, no entanto, não significa que o leilão deixou de ter interesse para o Estado. O secretário José Carlos Brack destaca que a contratação de 220MW/hora da usina hidrelétrica de Itá e de 10MW da usina de Barra Grande representa uma garantia de operação de 30 anos.
O presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Antonio Carlos Fraga Machado, contou na sexta-feira (30/06) que a CTSul tentou suspender o leilão de quinta-feira, para poder apresentar as garantias financeiras obrigatórias. Como se sabe, a liminar foi indeferida.
(Por Denise Nunes, Panorama Econômico,
Correio do Povo, 01/07/2006)