O projeto de lei de apoio popular que proíbe o uso da carrocinha para fins de captura e extermínio de cães e gatos que vivem nas ruas de Rio Grande não foi aprovado. E sequer aberto para discussão na sessão plenária da Câmara Municipal de Vereadores ontem.
Pela terceira vez em poucos meses, representantes das três ONGs de Rio Grande, voluntários e população em geral, voltaram ao plenário do Legislativo para debaterem - e ver aprovado - o projeto que conta com o reforço de um abaixo-assinado com mais de oito mil assinaturas.
Antes do início das discussões em plenário, o vereador da bancada governista, Júlio Cesar Silva (PMDB), intermediou um contato com o prefeito Janir Branco, agendando com este uma reunião entre o Executivo e as representantes das ONGs Amigo Bicho & Cia, SOS Animal e Argipa, para o próximo dia 17 de julho, às 10h, na Prefeitura. Na sala da diretoria, o presidente do Legislativo, Cláudio Diaz (PSDB), juntamente com os vereadores que estavam presentes à sessão da Câmara, comunicou aos representantes das ONGs a concordância do prefeito em discutir o projeto de lei de iniciativa popular. Porém, ressalvando que na ocasião, também o projeto da Secretaria Municipal de Saúde - Unidade de Zoonoses -, seria discutido e os técnicos da SMS teriam que estar presentes à reunião.
O vereador Sandro de Oliveira (Boka - PMDB) garantiu que a Câmara Municipal está “cem por cento a favor do projeto” e que a reunião com o prefeito será importante para se chegar a um consenso entre os dois projetos, que têm pontos antagônicos. “Abriu-se um diálogo e queremos com isso mostrar que desejamos algo que seja bom para a cidade, para os animais e para as pessoas”, disse.
A mudança de planos na tarde de ontem não foi novidade para as ONGs e o público que lá esteve. Na penúltima sessão na Câmara, no dia 21 último e que não aconteceu por falta de quórum, já havia sido cogitada a possibilidade de uma reunião com o prefeito vir a ser intermediada pelo vereador Julio César.
Para a presidente da ONG Amigo Bicho & Cia, Vanilda Pintos, apesar de mais uma vez ver frustrada a expectativa de aprovação do projeto, entende que dentro da situação, a reunião com o prefeito é um avanço nas negociações. E que o sentimento de luta e justiça pela causa dos animais não deve ser esmorecido.
(Por Rosane L. Ávila,
Agora online, 30/06/2006)