Pedro Rosalvo de Amorin Rosa, 40 anos, nasceu no dia que homenageia sua
profissão. Como o avô e o pai, ele construiu sua vida em torno da pesca.
Desde 1998, ele preside a Colônia de Pescadores do Morro do Amaral, em
Joinville. Ali, cerca de cem pescadores tentam tirar o sustento da Baía
da Babitonga.
Tarefa cada vez mais difícil, garante Pedro. A poluição do rio é a
principal ameaça à pescaria na região.
- O assoreamento está fazendo os peixes se afastarem e procurar outro
lugar - lamenta.
A poluição é também o principal obstáculo para o cultivo de marisco, uma
alternativa rentável. O presidente da Colônia afirma que agentes da
Epagri já estiveram no local e irão examinar a água para estudar a
implantação do cultivo de marisco. O pescador, contudo, não é otimista.
- Não vai dar certo porque tem muita poluição aqui - diz Rosa.
O camarão branco é o principal produto vendido pelos pescadores do Morro
do Amaral. A tainha e a pescada aparecem, mas não são tão significativas.
O jeito é buscar outras fontes de renda, segundo Rosa.
- O pescador precisa trabalhar como servente de pedreiro ou capinando para
sustentar a família.
Muitas pessoas, ao contrário, procuram a pesca como atividade paralela
para conseguir os benefícios do governo. Luis Carlos Soares, 57 anos,
concilia a pesca com o trabalho em empreiteiras.
Desempregado, pensa em fazer o cadastro de pescador junto ao Ministério
da Pesca. Até hoje, o máximo que consegui ganhar na pescaria foi R$ 400
num mês. (Por Karine Ruy,
Diário Catarinense, 29/06/2006)