As dunas da praia do Cassino, em Rio Grande, estão sendo prejudicadas
pelo transporte irregular de resina de pinus. A área de preservação
permanente sofre com o trânsito de caminhões e tratores pela areia.
Odano foi constatado pelo 1º Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BM)
ao vistoriar o local, a cerca de 40 quilômetros da entrada do balneário.
Treze bases da empresa Âmbar Colofônias, ligada ao grupo Flopal
Florestadora Palmares Ltda., estão instaladas na praia, onde trabalhadores
extraem resina de pinus, que é legal, e transportam o material coletado em
caminhões e tratores pelas dunas. Os tonéis com a resina ficam na beira
da praia.
O impacto ao ambiente preocupa especialistas. O geógrafo Kahuam Gianuca,
do Núcleo Educação e Monitoramento Ambiental (Nema), diz que a passagem
das máquinas nas dunas contamina o solo com combustível e óleo
lubrificante, erradica a vegetação e afugenta a fauna, como aves da região
e migratórias.
A resina bruta vai para Santa Catarina, sendo extraídos o breu - produto
sólido utilizado na confecção de adesivos, gomas de mascar, vernizes,
graxas, sabões - e a terebintina, conhecida como aguarrás, que serve para
a fabricação de tintas, corantes, perfumes, inseticidas.
Segundo o sargento Gilmar Cunha, da BM, depois de feita a vistoria do
local, foi enviado um relatório sobre o caso para o promotor de Justiça
Especializada Francisco Simões Pires. Ele encaminhou o documento ao
procurador da República em Rio Grande, Michael Von Mühler Gonçalves, que
está analisando o caso.
Contraponto
O que diz Aloir Ferreira, supervisor-geral da Âmbar Colofônias:
Já foi discutida com a prefeitura de Rio Grande a criação de uma via
alternativa de escoamento do material, como uma rua na praia. Enquanto
isso, a produção não pode parar. Cerca de 200 pessoas trabalham nisso.
(Por Rodrigo Santos,
Zero Hora, 30/06/2006)