Um projeto de produção de biodiesel a partir de sementes de girassol,
como alternativa de diversificação da cultura do tabaco no Vale do Rio
Pardo, será de tripla utilidade para os produtores da região.
Além de uma nova fonte de renda, os fumicultores serão beneficiados pela
redução dos custos de produção - já que o combustível poderá ser
utilizado no maquinário agrícola - e ainda ter facilitado o caminho para
o início de uma terceira atividade, a criação de animais.
A iniciativa é da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), em
parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). A associação
espera conseguir financiamento do do Programa de Apoio à Diversificação
Produtiva em Áreas Cultivadas com Fumo, do governo federal.
Ainda em caráter experimental, o empreendimento vai começar a ser posto
em prática a partir de 10 de julho, quando já estiverem definidos os
agricultores que participarão desta primeira fase. Inicialmente, será um
produtor em cada cidade - num total de até 31 municípios.
Há 22 prefeituras com interesse formalizado em integrar o plano. A idéia
é plantar girassol nos períodos alternados ao fumo, sob orientação técnica
das entidades envolvidas. A produção será encaminhada para uma unidade da
Afubra em Rio Pardo, onde os grãos serão beneficiados e será produzido o
biodiesel.
O combustível retornará ao produtor para ser utilizado nas máquinas
agrícolas, que também receberão acompanhamento para a verificação do
funcionamento adequado com o uso de biodiesel de girassol. Para finalizar
o processo, a torta (resíduos do esmagamento dos grãos) servirá para
ração animal.
O produtor selecionado precisa ser associado da Afubra, ter produção
animal e lavoura de fácil acesso, plantadeira e trator a diesel (ou
conseguir as máquinas emprestadas). Cada um receberá sementes e insumos
necessários para a plantação.
(Por Lúcia Jardim,
Zero Hora, 30/06/2006)