O crescimento da demanda mundial por oleaginosas, como o dendê e a soja,
superará o aumento da produção em outubro próximo, reduzindo os estoques
mundiais e sustentando os preços em seus níveis atuais, segundo informou
a publicação Oilworld. O consumo de oleaginosas registrará alta de 17
milhões de toneladas, passando ao total de 396 milhões de toneladas,
enquanto a produção aumentará em 6 milhões de toneladas, para 392 milhões
de toneladas, segundo o artigo finalizado em 23 de junho e divulgado aos
assinantes da Oilworld por e-mail dia 26.
A estimativa de crescimento da produção, de 1,5%, deve ser comparada à
taxa média de crescimento anual da produção, de 4,2%, registrada nos 10
anos anteriores, informou a Oilworld. "A perspectiva para o longo prazo
indica um aumento dos preços das oleaginosas e dos óleos vegetais devido
à alta da demanda por energia", informou o relatório. "Os fundamentos
econômicos mudaram devido ao crescimento da produção de biodiesel e da
decorrente alta da demanda por óleos vegetais."
Os governos de todo o mundo pretendem ampliar a utilização de
biocombustíveis para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e
diminuir as emissões dos chamados gases geradores do efeito estufa. A
União Européia (UE) definiu a meta de 5,75% para o uso de biocombustíveis
em relação à quantidade total de gasolina e óleo diesel comercializada
até 31 de dezembro de 2010. O biodiesel é produzido a partir de óleos
vegetais obtidos do esmagamento do dendê, da semente de canola e da soja
ou de gordura animal. O etanol pode ser produzido a partir de cereais,
beterraba ou cana-de-açúcar.
O preço do óleo de soja, o tipo de óleo vegetal mais utilizado do mundo,
subiu cerca de 20% este ano, para US$ 26,12 a libra-peso na Bolsa de
Mercados Futuros de Chicago. Os contratos futuros de farelo de soja
recuaram 11% no mesmo período, para US$ 174,70 a tonelada na mesma bolsa,
devido ao aumento da oferta. Os Estados Unidos são o maior produtor
mundial de soja, seguidos pelo Brasil.
O azeite de dendê, que é o óleo vegetal mais negociado do mundo, subiu
3,4% desde o início deste ano, passando a custar 1.463 ringit (US$ 397) a
tonelada na Malásia, seu maior produtor. Esse preço deve subir para a
média de US$ 475 a tonelada, ou 1.749 ringit, no período entre julho de
2006 e junho de 2007, 10% a mais do que a média dos 12 meses anteriores,
informou o relatório.
A demanda por 17 tipos de óleos e gorduras aumentará em 8,3 milhões de
toneladas, ou 5,7%, no ano que se iniciará em outubro próximo, passando a
totalizar 153,1 milhões de toneladas, disse a Oliworld. Esse aumento é
mais acelerado do que o crescimento da produção, cuja alta deve alcançar
7,03 milhões de toneladas, ou 4,8%, passando a 152,87 milhões de
toneladas. O ganho previsto é o menor dos últimos três anos.
(
Gazeta Mercantil/Bloomberg News, 30/06/2006)