Teve início na noite de ontem (28/06), em Porto
Alegre, o Fórum Nacional de Desenvolvimento Navegar
2006, cujo tema é Hidrovia: Um Desafio Nacional. O
evento acontece no Cais do Porto da Capital e segue
até o fim do dia de hoje. A iniciativa é da
Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) e a
realização da Revista Conexão Marítima. O fórum reúne
os principais nomes do setor hidroviário do país e
dirigentes das grandes empresas nacionais que já optam
pela hidrovia para escoar seus produtos.
O objetivo do
fórum é promover debates, a partir de casos atuais, e
apresentar aos empresários gaúchos as vantagens da
utilização das hidrovias interiores do Estado. O
governador Germano Rigotto participou da solenidade de
abertura. Entre os palestrantes está o presidente da
Agência de Desenvolvimento da Hidrovia Tietê-Paraná
(ADTP), Carlos Schad. Considerada uma das hidrovias de
maior potencial da América do Sul, com dez barragens,
dez eclusas, 23 pontes, 19 estaleiros e 26 terminais
intermodais, por onde escoam cana, soja, trigo e
sorgo, a Tietê-Paraná é um exemplo de como a navegação
interior pode alavancar a economia de uma região. A
Aracruz Celulose e a Companhia Norsul de Navegação
apresentam o caso "A viabilidade econômica da
Hidrovia", baseado em projeto da empresa que
transporta celulose e madeira nas hidrovias da Bahia.
De acordo com a SPH, o Rio Grande do Sul não é o único
estado brasileiro a subutilizar o modal hidroviário no
transporte comercial. O país possui uma enorme costa
marítima, um grande volume em águas continentais e
concentra 44 portos. Porém, apenas 14 por cento de
toda produção nacional é transportada pelo modal
hidroviário.
A grande diferença do RS para os demais
estados está na geografia, pois localiza-se no
território mais privilegiado em recursos naturais do
País. Possui uma das maiores lagunas do mundo, rios e
lagoas binacionais, além de diversos outros corpos
d’água que formam 2.1 mil quilômetros de
hidrovias, das quais 758 quilômetros estão dragadas e
sinalizadas, prontas para serem utilizadas.
Segundo o
superintendente da SPH, Roberto Hallal, a realização
de um fórum nacional culminará com as principais
necessidades do setor: a difusão de informação e a
interação entre os principais agentes do modal
hidroviário. "O governo precisa conhecer as empresas e
suas potencialidades no transporte de cargas para
auxiliar na escolha do modal mais apropriado às suas
características", afirma.
(Por Hamilton Freitas,
Agora
online, 29/06/2006)