Sistema de alerta contra tsunamis já funciona no Índico, segundo informações da Unesco
2006-06-29
O sistema de alerta contra tsunamis e para aplacar seus efeitos no Oceano Índico (IOTWS, na sigla em francês) já está operacional, 18 meses depois do trágico maremoto que deixou mais de 200 mil mortos, informou nesta quarta-feira (28/06) o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Koichiro Matsuura.
Neste momento, toda a região do Oceano Índico dispõe de um sistema de alerta capaz de receber e transmitir alertas contra tsunamis durante as 24 horas do dia."A princípio, o sistema será capaz de detectar com confiabilidade e rapidez os grandes tremores de terra capazes de provocar tsunamis, encontrar os epicentros e os hipocentros dos sismos, confirmar a formação de uma tsunami após um grande sismo e emitir ou anular nos âmbitos local, regional ou geral os anúncios de alerta", declarou o encarregado.
Concretamente, 26 dos 28 centros nacionais com capacidade para receber e difundir informação sobre tsunamis já estão ativos, a rede sismográfica melhorou e existem sensores de precisão em águas profundas."Podemos nos sentir orgulhosos do que se conseguiu, embora o trabalho não esteja terminado (...). No transcurso do último ano, a natureza nos deu oportunidades de detectar eventuais pontos fracos", advertiu Matsuura perante o Conselho Consultivo da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco (COI), que celebrou nesta semana sua reunião anual em Paris.
Há 40 anos existe na região do oceano Pacífico um sistema de alerta de maremotos em tempo real bem estruturado do qual fazem parte 26 países, entre eles Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Nicarágua e Peru.Após a tragédia que devastou a Ásia em 2004, a Unesco articulou rapidamente os esforços internacionais para criar um sistema de alerta semelhante no oceano Índico "e em todos os demais oceanos do mundo", nas palavras do chileno Patricio Bernal, encarregado da COI.
Segundo Matsuura, as tarefas mais urgentes a partir de agora são duas: reforçar a coordenação internacional, o intercâmbio de dados e a compatibilidade entre sistemas nacionais e investir a longo prazo no sistema para que este possa garantir a difusão da informação dos centros de alerta até as populações e comunidades em áreas de risco.As formas de se conseguir estes objetivos e o futuro desenvolvimento do sistema serão discutidas durante encontro de uma comissão intergovernamental deste sistema de alerta contra tsunamis no Oceano Índico, que se celebra em Bali, na Indonésia, entre 31 de julho e 2 de agosto próximos.
(AFP, 28/06/2006)
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