Greenpeace quer que a China proíba a venda de arroz transgênico
2006-06-29
O Greenpeace pediu nesta quarta-feira (28/06) às autoridades da China que impeçam a comercialização de arroz transgênico, no mesmo dia em que o Comitê Estatal de Biossegurança em Cultivos Transgênicos chinês começou a debater o assunto. "A indústria está ansiosa para ver a China abrir o mercado. Seria a primeira vez que um país aprovaria a comercialização de cultivos transgênicos de seu alimento básico", disse Stephen Ma, responsável pela campanha da organização ambientalista.
Ma denunciou que um grupo de cientistas chineses, ligado a companhias de biotecnologia, está desenvolvendo o arroz transgênico e defende a aprovação da comercialização.
Para ele, o governo chinês está numa "encruzilhada". Enquanto o Ministério de Ciência e Tecnologia defende a aprovação, já que é o principal investidor em pesquisas com transgênicos, o de Agricultura mostra uma atitude muito mais "cautelosa". "Existem ainda muitas incertezas sobre as conseqüências para a saúde e o ambiente dos cultivos de arroz transgênico. Uma das proteínas que contém, por exemplo, pode causar alergias", ressaltou Ma.
Outra especialista do Greenpeace, Isabelle Meister, pediu ao governo de Pequim que espere "pesquisas a longo prazo". A China comercializa, em grande escala, algodão geneticamente modificado, e importa soja e milho transgênicos da Argentina, Brasil e EUA.
Segundo Ma, algumas companhias pretendem "contaminar o mercado de produtos transgênicos, embora seja ilegal, para fazer a comercialização irreversível, como ocorreu no Brasil, com a soja transgênica, e na Índia com o algodão transgênico". Em maio de 2005, a China ratificou o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, que obriga os exportadores a identificar e fornecer informação sobre os transgênicos.
(EFE, 28/06/2006)
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