Parques marinhos não estão protegendo os recifes de coral do mundo
2006-06-29
Os parques marinhos estão falhando em proteger os recifes de coral do mundo, disse um importante pesquisador da Nova Zelândia nesta quarta-feira (28/06), com menos de 2% deles recebendo a proteção adequada destes santuários. Muitos dos parques continuam "vulneráveis aos riscos que vêm de além de suas fronteiras, como sedimentação, poluição, desenvolvimento costeiro", disse Mark Costello, da Universidade de Auckland, que supervisou um estudo dos parques que apareceu na revista Science mais cedo neste mês.
"É desapontador que a administração da maioria dos parques não esteja empenhada em proteger completamente as espécies lá", disse Costello. "Eles precisam aumentar o nível de proteção nos parques". Costello, cuja equipe incluiu pesquisadores do Canadá e Reino Unido, descobriu que cerca de 19% dos recifes de coral do mundo ficam em 980 parques marinhos - com apenas 1,6% dos recifes em parques que limitam as atividades humanas e só 0,1% que proíbem a caça.
Costello disse que alguns problemas vêm de uma falha no acompanhamento do estabelecimento de um parque com "boa administração". O dinheiro também teve um papel, disse Costello, com a falta, em países em desenvolvimento como as Filipinas ou a Indonésia, de fundos para fornecer níveis adequados de proteção. O tamanho dos parques também foi um problema, disse ele.
Quarenta por cento das áreas marinhas protegidas são menores que 2 quilômetros quadrados - um tamanho insuficiente para proteger grandes peixes e outros animais, afirmou Costello. Esses animais tendem a se mover em largas distâncias, passando tempo significativo fora dos limites de proteção, acrescentou.
Costello e sua equipe recomendaram que os parques marinhos tenham de 10 a 20 quilômetros de diâmetro para proteger as espécies que precisam de grandes áreas de hábitat, e com espaçados o suficiente para assegurar a troca genética entre as áreas. Isso iria exigir a proteção de 25.590 quilômetros quadrados ou cerca de 5% dos recifes de coral do mundo, disse Costello.
(AP, 28/06/2006)
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