Na manhã de ontem, o prefeito Luiz Fernando Mainardi, acompanhado da diretora do Departamento de Águas e Esgoto de Bagé, Estefanía Damboriarena, manifestaram-se a respeito da construção da nova barragem e sobre o projeto de aproveitamento do reservatório para geração de energia elétrica.
A nova obra será realizada sobre o leito do arroio Piraizinho, mas será a partir da conclusão do projeto básico e executivo que se determinará o local exato. A Secretaria de Infra-Estrutura Hídrica, subordinada ao Ministério da Integração Nacional, terá a responsabilidade da execução desse projeto.
De acordo com as informações concedidas por Mainardi e Estefanía, a idéia de se construir uma nova barragem partiu de um antigo projeto existente no Daeb, dirigido na época por Pedro Celso de Oliveira. “Este estudo nos levou a uma consulta técnica especializada e à convicção de que seria a melhor alternativa de reserva de abastecimento”, comentou o prefeito.
“Com esta certeza fizemos contato com o Ministério da Integração Nacional que incluiu a demanda no projeto Pró-Água”, completou.
Segundo Mainardi, o Pró-Água atendia inicialmente às demandas do semi-árido nordestino. Mas, através de financiamentos feitos pelo governo federal junto ao Banco Mundial na ordem de 600 milhões e com o crescimento de outras demandas e projetos em outras regiões o programa tomou vulto nacional, atendendo a quem precisa, esclareceu o prefeito.
As obras ainda não estão orçadas mas já se sabe que serão a fundo perdido com a contrapartida do município em torno dos 20%.
A diretora do Daeb, por sua vez, esclareceu que as circunstâncias ainda não permitem qualquer mudança no regime de distribuição de água para a comunidade. “Apesar das chuvas que ocorreram, ainda temos uma situação crítica que não nos permite trabalhar com margem de segurança. Ainda temos que fazer o racionamento e economizar água”, enfatizou Estefanía. “As previsões meteorológicas para a região não são muito favoráveis e nós necessitamos de precipitações bem acima das médias pluviométricas históricas para resolver a questão. Daí o nosso entusiasmo com a nova barragem”, acrescentou.
A diretora, porém, destacou que a construção de um novo reservatório terá a função prioritária de se destinar ao consumo da população. “Será uma reserva estratégica de água para a cidade. A questão da produção de energia elétrica é apenas um estudo que pretende aproveitar a oportunidade da construção da represa”, salientou.
“Tudo depende de um estudo detalhado da viabilidade do projeto”, adiantou Mainardi, “é necessário saber o volume histórico de vazão, conhecer a curva de vazão do reservatório, o volume na bacia de acumulação e outros tantos detalhes técnicos que nos permitirão executar ou não a obra”,detalhou.
Mainardi e Estefanía ainda revelaram que a água utilizada para a geração de energia não seria desperdiçada, pois retornaria ao sistema de condução à Estação de Tratamento. O objetivo de aproveitamento da eletricidade gerada seria com a iluminação pública e com o consumo dos prédios públicos.
“Estaríamos economizando e podendo aplicar esta economia em melhoria de serviços e infra-estrutura”, entusiasmou-se o prefeito ao admitir que a possibilidade existe.
(Por Cláudio Falcão,
Minuano online, 28/06/2006)