Parque Eólico de Osório antecipa em seis meses a geração de energia
2006-06-28
Com seis meses de antecipação em relação ao prazo inicial, a Ventos do Sul promete iniciar nesta quarta-feira (28/6) a geração de eletricidade nos 25 cata-ventos que constituem o primeiro dos três segmentos da Usina Eólica de Osório, formada por 75 aerogeradores. Uma cerimônia está marcada para o meio da tarde com a presença do governador Germano Rigotto, de técnicos do Ministério de Minas e Energia e de dirigentes da Eletrobrás, cliente e patrocinadora do empreendimento.
A mudança no cronograma de geração deve-se a um ajuste no contrato entre a Ventos do Sul e a Eletrobrás. Se o prazo da geração foi antecipado, o da conclusão da obra foi prorrogado, já que não será possível montar os 75 aerogeradores até 31 de dezembro de 2006, como constava do plano original.
Nos nove meses corridos desde a arrancada da obra em outubro de 2005, contando com a ajuda de 50 diferentes empreiteiros, subempreiteiros e prestadores de serviços, a Ventos do Sul conseguiu deixar os primeiros 25 aerogeradores aptos a produzir. Na aparência, fez um terço da obra, mas na realidade passou da metade, pois também fez 26 quilômetros de estradas de acesso, estendeu oito quilômetros de linhas de transmissão, edificou a subestação elétrica e adiantou a parte mais demorada do trabalho – a concretagem das bases de todo o complexo.
Falta agora a parte mais delicada da obra: construir as torres restantes e montar as respectivas máquinas, tarefas que dependem da ajuda do clima — com chuva e vento os guindastes não podem operam. “É uma ironia”, diz o engenheiro civil Telmo Pereira Cardoso, um dos responsáveis pela obra, “o mesmo vento que justifica o investimento nos obriga continuamente a retardar o término da obra”.
Para compensar, a Zandoná está com três superguindastes no canteiro de obras do parque do Sangradouro, onde já se avistam três torres prontas. Na realidade, porém, é a partir de agora, com o aumento da frequência e da intensidade dos ventos, que o clima deverá atrapalhar um pouco mais a finalização do parque.
Embora o atraso seja considerado pequeno para uma obra desta envergadura, em que são inevitáveis os conflitos e desajustes envolvendo fornecedores e prestadores de serviços, o que mais concorreu para a lentidão inicial da construção foi a demora na entrega de equipamentos fabricados na Alemanha pela Wobben Windpower. Sócia (9%) e fornecedora dos equipamentos fundamentais da primeira eólica do Rio Grande do Sul, a Wobben está sobrecarregada por novas encomendas de usinas européias.
Por Geraldo Hasse, de Osório, para O Diário dos Ventos, série exclusiva do Ambiente Já e Jornal Já, 28/06.