As chuvas de junho contribuíram para reduzir os efeitos da estiagem que levou 81 municípios gaúchos a decretarem situação de emergência nos cinco primeiros meses deste ano. O número de cidades que permanecem nessa condição caiu para 26, segundo a Defesa Civil.

Para a Metade Sul, área mais castigada pela seca, a previsão é de chuva fique da média em julho. Em junho, metade dos 20 municípios onde o 8º Distrito de Meteorologia tem estações registrou precipitação igual ou superior à média do mês.

O número de cidades que mantêm racionamento de água caiu de oito, em maio, para seis - Alegria, Bagé, Bom Jesus, Candiota, Esperança do Sul e Trindade do Sul.

- A chuva ajudou um pouco a recomposição da barragem, mas o racionamento de 11 horas continuará - explica Gildo Feijó, secretário de Obras de Candiota.

Com recursos do Estado, a cidade projeta o prolongamento da rede de água que permitirá a captação na barragem do Rio Candiota, a quatro quilômetros da sede do município.

Bagé deve ter problemas até o início da primavera
Em Bagé, prossegue o racionamento mais severo: 18 horas diárias. Segundo o chefe da Defesa Civil do Estado, tenente-coronel João Luiz Soares, mesmo com previsão de inverno chuvoso, o município será um dos únicos a enfrentar problemas até a entrada da primavera.

- Se for confirmada a previsão de chuvas para os próximos meses, a maior parte do Estado estará livre da estiagem - explica Soares.

Segundo o boletim climático do 8º Distrito e do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas, a precipitação deve ficar acima da média na Metade Sul, abaixo no Oeste e no Noroeste e na média nas outras regiões. No caso dos pecuaristas, a chuva junina foi essencial para afastar a ameaça de falta de pasto para o gado.

- O problema, agora, é geada e o frio prolongados - diz a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, Cristina Genro.

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(Por Francisco Amorim, Zero Hora, 27/06/2006)