O Estado do Pará conheceu um modelo inovador de produção de carvão vegetal. Trata-se do sistema PPR-200, que foi apresentado na manhã de ontem (26/06), na garagem da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). O sistema, que foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp), utiliza resíduos florestais no carvoejamento, que faz com que se reduzam os impactos da atividade no meio ambiente, além de melhorar a qualidade do carvão vegetal que é usado nas siderúrgicas.
Pesquisadores e empresários da área da tecnologia ambiental estiveram presentes na apresentação da máquina para conhecer de perto como funciona o equipamento. Raul Porto, secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado do Pará, destacou a importância do sistema para a redução dos impactos ambientais. "Agora será possível diminuir os índices de poluição, de desperdício de produtos naturais e de desmatamento. Ambientalmente falando estamos dando um grande passo, pois os resíduos que eram jogados fora, como por exemplo, caroços de açaí e casca de castanha, serão aproveitados e transformados em carvão", comentou o secretário, que destacou também as vantagens econômicas que o sistema pode gerar.
"A partir do momento em que você consegue reaproveitar resíduos que serão transformados, poderemos lucrar economicamente. É um sistema muito produtivo, pois vai beneficiar a população e o meio ambiente. O equipamento é capaz de processar 200 kg de matéria-prima por hora", explicou Raul. Considerado uma alternativa sustentável ao atual método de produção de carvão vegetal, o modelo já é utilizado em vários países europeus e vem apresentando bons resultados.
Ainda dentro da programação de lançamento do equipamento, a Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam) promove amanhã o "Seminário Regional sobre a Produção de Carvão Vegetal no Pará", que vai debater a atual situação do carvoejamento no Pará. O seminário será realizado no prédio da Ufra.
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Amazônia Hoje
, 27/06/2006)