Em cerca de 80% das terras do Rio Grande do Sul seria viável plantar
cana-de-açúcar para a produção de álcool. A estimativa é do Centro
Tecnológico Canavieiro (CTC), que mapeou as possibilidades de solo e
clima para o plantio no país.
Mas o potencial gaúcho para o combustível alternativo da moda nos Estados
Unidos e na Europa só vai virar realidade com um investimento maciço em
pesquisa e tecnologia, afirmaram especialistas reunidos ontem
(26/06) em um seminário sobre o assunto na Federação das Indústrias do
Estado (Fiergs).
- No resto do país, a indústria do álcool se desenvolveu a partir da
indústria de açúcar. No Rio Grande do Sul, isso não poderá ser assim. O
cultivo da cana tem de ser pensado para a produção específica de
combustível - diz o professor da Universidade de Campinas (Unicamp) Luiz
Barbosa Cortez.
Nesse caso, a produção de sacarose, presente no caldo, não seria mais o
principal, como ocorre acima do Paraná, onde a cana serve tanto para fazer
álcool quanto açúcar. Segundo Cortez, dois terços da energia da planta
estão na fibra. Assim, o ciclo de colheita poderia ser mais rápido.
- Mas isso só se concretizaria com investimento pesado em pesquisa - opina
o gestor de pesquisa do CTC, Jorge Donzelli.
Entre as regiões gaúchas com potencial para o plantio da cana, destacam-se
o Norte e o Noroeste.
(
Zero Hora, 27/06/2006)