Criado há um mês, o Disque-pichação começa a apresentar resultados. A
partir da iniciativa da Guarda Municipal de Porto Alegre para combater a
ação de vândalos, nove pichadores já foram detidos em flagrante - todos
de classe média.
Denúncias contra a ação dos delinqüentes são feitas gratuitamente pelo
telefone 153.
- O trabalho dá resultado, embora o número de telefonemas ainda seja
pequeno - comenta o subcomandante da Guarda Municipal, Adão Derly.
O ponto negativo é que o número de chamadas é realmente muito pequeno, com
média de uma por dia. Lançado dia 25 de maio, o serviço 24 horas contra
ataques de pichadores ao patrimônio público registrou 12 denúncias
comprovadas, cinco não-comprovadas (a grafitagem era autorizada) e seis
denúncias de vandalismo que não envolviam pichações. Um dos telefonemas
detalhou a ação e a identidade de alguns delinqüentes. A Guarda Municipal
recebeu ainda sete denúncias por outros telefones, que não o 153.
Limpeza do local pichado é uma das punições
Chamou a atenção dos guardas municipais o fato de que todos os nove
detidos eram de classe média. Um deles foi surpreendido com um spray que
custa R$ 60 a unidade. Outro contou que recebia mesada de R$ 400 dos pais.
Os pichadores foram detidos em grupos no Parque Moinhos de Vento, na
Avenida Mauá (próximo ao Gasômetro), no Túnel da Conceição e no Parque
Germânia. Em apenas um dos casos um jovem foi para o Presídio Central.
Os demais foram encaminhados à Área Judiciária da Polícia Civil e
responderão em liberdade pelo crime de dano ao patrimônio público. Uma
das punições que os juízes costumam aplicar é obrigatoriedade de limpar o
local pichado. Todos os pichadores detidos declararam estar fazendo arte,
não vandalismo.
(
Zero Hora, 27/06/2006)