Mesmo tendo ficado de fora do leilão de energia da próxima quinta-feira (29/06), a termelétrica de Cachoeira do Sul ainda tem chance de vida. No próximo dia 5 de setembro, o governo federal vai realizar outro leilão para compra de energia, o que deverá salvar a usina. No entanto, esse leilão tem o início da entrega da energia vendida para 2011, dois anos depois da entrega da energia vendida no leilão desta quinta-feira.

A não habilitação da termelétrica de Cachoeira do Sul ao leilão desta quinta-feira deverá atrasar também em dois anos a inauguração da usina, prevista para 2008. Sem comprador, no caso o governo federal, não há motivo para estocagem de energia. Se a CTSul conseguir se habilitar ao leilão marcado o próximo dia 5 de setembro, a usina a carvão deverá ter sua inauguração adiada para 2010, um ano antes do prazo para entrega de energia ao governo federal.

E agora, CTSul?

O presidente da CTSul, Douglas Carstens, por telefone, disse ontem que não comentará sobre a má notícia para a termelétrica de Cachoeira do Sul anunciada ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ele já sabia que a usina a carvão havia perdido o prazo para participar do leilão, mas preferiu omitir a informação.

Na Celetro, sócia da termelétrica, a lei do silêncio também prevalece. O presidente da cooperativa, José Benemídio Almeida, também não quis se manifestar. Ele só dará entrevista sobre termelétrica depois do retorno de Carstens ao Brasil, possivelmente com boas notícias.
(Jornal do Povo, 27/06/2006)