O Rio Grande do Sul ficará fora do segundo leilão de energia nova que a Aneel e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) realizarão quinta-feira, pela Internet. Pelo menos entre as empresas vendedoras de energia.
Um total de 115 empresas foram pré-qualificadas pela Aneel, sendo 85 geradoras e 30 distribuidoras. Entre essas últimas, sim, haverá uma empresa sediada no Estado, a AES Sul. Não chega a ser surpresa, mas dois projetos de usinas térmicas a carvão existentes no Rio Grande do Sul, a CTSul, em Cachoeira do Sul, e Seival, em Candiota, são cotados para leilões desde a realização do primeiro, em dezembro do ano passado, quando Jacuí I e Candiota III finalmente saíram do papel.
No caso de Seival, era quase certo que os empreendedores esperariam a próxima oferta, que deve ocorrer em setembro, para ganhar mais tempo no prazo de entrega da energia comercializada. Sobre a CTSul restava uma expectativa, embora o preço de venda fixado no edital, de R$ 140,00 por MW/hora, ainda fosse considerado baixo.
Preços
No leilão de dezembro, Candiota III fechou a venda da energia que produzirá a R$ 129,50 por MW/hora. Jacuí I conseguiu R$ 129,28. Ambas venderam acima do preço mínimo do leilão, que era de R$ 116,00. No de quinta-feira, o preço mínimo é R$ 140,00, mas a CTSul quer mais de R$ 160,00.
Razões da espera
Se o preço ainda afasta os investidores da CTSul do leilão, o projeto Seival esbarra na necessidade de tempo para erguer a usina e cumprir o prazo de cinco anos dos contratos de compra e venda de energia. A preocupação se refere à entrega de equipamentos, já que a demanda mundial é grande.
(Por Denise Nunes, Panorama Econômico,
Correio do Povo, 27/06/2006)