Fundado no dia 22 de junho de 1990 o Núcleo de EcoJornalistas do Rio
Grande do Sul veio com a missão de aproximar jornalistas e população da
informação ambiental de qualidade. Um grupo formado por jornalistas e
estudantes de Jornalismo busca conscientizar e trabalhar a cidadania
através do conhecimento. E esse discurso não fica só na retórica, pois
durante esses 16 anos de atuação local, nacional e internacional, o NEJ
atuou das mais diversas maneiras, desde coberturas de eventos ambientais
importantes até a publicação de livros voltados para a formação de
jornalistas.
Mas é importante ressaltar o contexto histórico da criação do NEJ, quando
um grupo de cerca de 25 profissionais resolveu se associar na forma de uma
organização da sociedade civil para viabilizar inúmeros projetos. Era 1990
e o Brasil se preparava para o maior evento ambiental mundial desde a
Convenção de Estocolmo, em 72, a Rio-92 ou Eco-92. Jornalistas do país
inteiro se reuniram a fim de ganhar subsídios de informação acerca dos
temas importantes que seriam tratados dentro de dois anos. Deste curso
preparatório para jornalistas para a Rio-92, todos saíram com a intenção
de criar núcleos regionais a fim de propagar os conceitos ambientais de
sustentabilidade e vida, além de inúmeras outras informações necessárias
para a construção cidadã de uma sociedade ambientalmente sustentável e
econômica e socialmente justa.
Infelizmente, na época, o único grupo no Brasil que conseguiu manter esse
trabalho foi o NEJ. Desde lá foram diversos trabalhos intensos de formação
e qualificação jornalísticas e criação de oportunidades de acesso e
produção de conhecimento da informação ambiental.
Foram publicados dois livros em parcerias com outras entidades, o Manual
de Emergência para Desastres Ambientais no Rio Grande do Sul e o Dez dicas
práticas para reportagens sobre o meio ambiente.
Muitos cursos de extensão e oficinas de jornalismo ambiental foram
ministrados em todo o país ao longo desses 16 anos, culminando com a
criação da primeira cadeira de Jornalismo Ambiental em uma universidade
brasileira, a UFRGS, em 2004.
A promoção de debates sobre temas polêmicos e importantes para o meio
ambiente também foi objeto de um trabalho intenso na década de noventa e
no início do novo milênio, com as Terças Ecológicas.
O movimento ambientalista passou a ter voz ativa dentro do jornalismo ao
encontrar espaço de divulgação e debate de seus projetos e idéias junto à
população. Isso foi possível graças a criação da EcoAgência Solidária de
Notícias Ambientais (www.ecoagencia.com.br), em 2003, com o objetivo
primeiro de cobrir toda a temática ambiental desenvolvida no Fórum Social
Mundial de Porto Alegre. Temas esses que, apesar da importância, raras
vezes aparecia na já tão “esquecida” pauta ambiental da imprensa
brasileira na sua cobertura do evento. Após a sua reformulação, no final
de 2004, o site da EcoAgência já conta com mais de 1 milhão e meio de
acessos e é fonte de informação para jornalistas, estudantes e sociedade
de todo o mundo.
Aliado ao projeto da EcoAgência, mas já ao final de 2003, foi criado, em
parceria com a Rádio da Universidade (1080 AM), o programa Sintonia da
Terra. É um programa semanal que tem 45 minutos de entrevistas, notícias,
momento de reflexão e pensamento ecológicos e dicas para o dia-a-dia da
sociedade como forma de auxiliar na sua atuação cidadã de defesa ao meio
ambiente e à vida.
Além desses dois projetos que buscam qualidade na sua informação e rigor
na apuração dos dados, o NEJ também é criador e mantenedor do site
www.jornalismoambiental.jor.br , que serve como uma
biblioteca virtual de artigos e trabalhos na área acadêmica ou
profissional sobre jornalismo
ambiental.
Hoje o NEJ também é moderador (além de moderador, o NEJ/RS foi criador da
RBJA e da Rede de Comunicação Ambiental da América Latina e Caribe -
www.redcalc.org da
Rede Brasileira de Jornalistas Ambientais, uma rede criada em 1998, e que
circula entre cerca de quinhentos profissionais, trocando informações do
Brasil inteiro e fontes de consulta para as reportagens em seus veículos.
Em decorrência deste trabalho, o Núcleo participou ativamente da
realização do I Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, realizado
em Santos, em outubro do ano passado. Deste encontro, saiu a criação de
diversos outros núcleos regionais, a exemplo do NEJ, e a decisão da
realização do próximo encontro brasileiro em Porto Alegre, em 2007.
E este ano, como forma preparatória para os jornalistas e estudantes
gaúchos para o encontro nacional, foi realizado o I Congresso de
Jornalismo Ambiental do Rio Grande do Sul, aproximando iniciantes e
interessados nas temáticas ambientais com profissionais que já trabalham
há bastante tempo na área.
O Núcleo tem como parceiros permanentes o Sindicato dos Jornalistas do Rio
Grande do Sul e a Associação Riograndense de Imprensa, contando sempre
com a participação ativa dessas entidades nas suas realizações. Não é à
toa que o NEJ foi recebedor de diversos prêmios de ecologia pelo seu
trabalho pelo meio ambiente. Trabalho esse que é todo voluntário. Um deles
foi a Medalha Conservacionista da Assembléia Legislativa, e o outro o I
Prêmio José Lutzenberger da Assembléia Legislativa. Premiações pelo
trabalho individual de cada um e do grupo como um todo. Mas vale ressaltar
que o melhor prêmio é a gratificação pessoal de auxiliar no processo de
desenvolvimento da cidadania e da consciência social sobre a importância
das temáticas ambientais para a sustentabilidade da vida.
(Por
Thais Silva, Ecoagência, 26/06/2006)
http://www.ecoagencia.com.br/index.php?option=content&task=view&id=1683&Itemid=2