O projeto da Stora Enso no Estado pode atrasar um ano. Segundo o diretor florestal da empresa, João Borges, as dificuldades na aquisição de terras impedem o início do plantio de eucaliptos. O cronograma da Stora Enso prevê a plantação de 5 mil hectares este ano. Só que o período propício para plantar as mudas, iniciado em maio, termina em setembro. De acordo com Borges, o problema na compra das terras é de ordem legal. Estão localizadas na fronteira, o que exige autorizações especiais do governo federal. O processo está no Incra e, depois, vai para a Secretaria de Segurança Nacional. "Espero que haja solução até setembro", diz o diretor. Enquanto aguarda, a empresa procura novas terras na região, que estejam fora da faixa de fronteira. "Mas está difícil encontrar", admite ele. Para chegar aos 5 mil hectares plantados, a Stora Enso precisa de uma área bruta de pelo menos 8 mil hectares. Borges diz que as dificuldades não colocam o projeto em risco, mas o atrasam. Um ano perdido no início significa um ano a mais à frente, já que o ciclo do eucalipto é de sete anos.
O projeto da Stora Enso no Uruguai está mais adiantado e a fábrica de celulose de lá será construída antes. A empresa já tem 30 mil hectares comprados e iniciará em breve o plantio dos 5 mil deste ano. Com mudas gaúchas, da Tecnoplanta. Viveiros, lá e aqui, só dentro de dois a três anos.
O Uruguai também tem florestas "em pé". Inclusive de pínus, matéria-prima da fábrica vizinha. O ciclo é de 16 anos, mas com corte já aos dez. Se a Stora Enso comprar florestas, poderá operar uma fábrica em seis anos. Lá, ao contrário daqui, há especulação com o preço das terras, que aumentou de 20% a 30%.
(Por Denise Nunes, Panorama Econômico,
Correio do Povo, 26/06/2006)