Na quarta-feira, 21, choveu 50 milímetros, conforme levantamento da
Emater/RS-Ascar, mas continua o déficit hídrico na região de Erechim. O
nível dos rios, riachos e fontes de água estão quase secos ou secando,
deixando muitas propriedades rurais com dificuldades para o abastecimento,
para as criações e para consumo humano. De acordo com levantamento semanal
do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar Erechim, a recuperação da
umidade superficial do solo está ajudando os produtores da região de
Erechim na semeadura do trigo e no plantio das pastagens. Conforme o
assistente técnico regional Flávio Bonfada, os 25% do trigo plantando
encontra-se em fase de germinação. Ainda há agricultores encaminhando
financiamentos de custeio para lavoura de trigo.
Conforme as tendências atuais de plantio é de redução de 30% de área em
relação ao plantio da safra passada. A região deverá ter lavouras com
alta, média e baixa tecnologia, de acordo com os recursos financeiros dos
agricultores. Haverá áreas semeadas com trigo para cobertura de solo com
o uso de pouco um nenhum fertilizante. A média de produtividade esperada
nas lavouras normais é de 2.400 kg/ha. A cultura da soja está no período
de entressafra, onde a resteva deverá ser utilizada para a formação de
pastagens de inverno, plantio de coberturas de solo e parte deverá ser
utilizada também para o plantio do trigo e cevada.
A comercialização da soja está atrasada na região em relação aos anos
normais, devido ao baixo preço de mercado, pois com os preços atuais não
permitirá que os agricultores amortizem as dívidas de custeio, gerando
mais crise na agricultura. Estima-se que 33% da soja colhida esteja
comercializada até o momento. SITUAÇÃO FRUTICULTURA - Na área da
citricultura, de acordo com o assistente técnico regional, Luiz Busatta,
prossegue a colheita da bergamota Ponkan, caí e laranja de umbigo. Existe
uma preocupação para comercialização da laranja Valência a partir de
setembro, uma vez que a fábrica de sucos da Cooperativa Rural, localizada
na região Oeste de Santa Catarina fechou, o que poderá ocasionar problemas
de excesso de oferta de produto.
Busatta, observa que no momento, os técnicos da Emater/RS-Ascar estão
orientando os agricultores para manejo do pomar, com cobertura do solo
com aveia, ervilhaca e tratamento fúngicos de inverno em especial com
utilização de calda sulfocalcica. Outra atividade, é elaboração de
projetos e aquisição de mudas de boa qualidade para implantação de novos
projetos, sendo na sua maioria de laranja Valência. Preço médio: Laranja
umbigo R$ 7,50 a caixa. Bergamota Ponkan R$ 5,50 por caixa. Na área de
viticultura, a Emater/RS-Ascar recomenda o manejo do solo e tratamento
de inverno, pois as videiras estão na fase de dormência. Atualmente os
técnicos estão elaborando projetos técnicos e viabilização do crédito
para implantação de novos parreiras, plantio de porta enxerto, aquisição
de mudas, demarcação e construção das estruturas dos vinhais. Na semana
que passou foi realizado uma tarde de campo em Três Palmeiras, sobre uvas
viníferas e discutidos temas como fitossanidade, condução poda e
qualidade da uva.
SITUAÇÃO CRIAÇÕES - Os apicultores estão realizando, neste período,
principalmente, a alimentação de subsistência das famílias. De acordo com
o assistente técnico regional, Carlos Angonese, existe boa oferta de mel
no mercado e os apicultores estão descontentes com o preço recebido pelo
produto. Na venda direta ao consumidor o mel está cotado a valores que
variam entre R$ 5,00 a R$ 7,00 por kg. Bovinocultura de leite: As chuvas
da última semana e mais os 50 milímetros desta quarta-feira, favoreceram
o crescimento das pastagens. O assistente técnico regional, Valmir
Dartorta, observa que as pastagens, de modo geral, estão com porte baixo,
mesmo assim, os produtores estão utilizando-as.
Além das pastagens, os produtores estão utilizando forragem de milho pé
inteiro, cana-de-açúcar, silagem, farelos, grãos e rações. Devido ao
longo período de estiagem, em muitas propriedades é baixa a
disponibilidade de água para os animais. Apesar dos produtores estarem
descontentes com o preço do leite há procura por crédito de custeio e
investimento na atividade. O preço recebido por litro de leite, no período,
variou de R$ 0,37 a 0,48 por litro. Suinocultura: O retorno econômico
obtido com o desenvolvimento da atividade continua razoável. Porém os
produtores estão insatisfeitos com os preços recebidos pelo kg de suíno
vivo, que no período variou de R$ 1,30 a 1,60. Em relação à oferta de
animais para o abate, nos frigoríficos que possuem sistema de integração
a oferta é estável, mas para as agroindústrias que não possuem sistema de
integração faltam animais. O preço praticado por essas indústrias, pelo
kg de suíno vivo, variou de R$ 1,70 a 2,00. Quanto aos insumos, na região,
o milho está sendo comercializado de R$ 14,00 a 16,00 por saco e o kg do
farelo de soja de R$ 0,50 a 0,75.
(
Diário da Manhã, 23/06/2006)