Aquecimento global alimentou furacões de 2005, diz estudo
2006-06-23
O aquecimento global foi responsável por cerca de 50% do calor que, nas águas do Atlântico Norte, alimentou a temporada extraordinária de furacões de 2005. Já os ciclos climáticos naturais desempenharam um pequeno papel, de acordo com análise de Kevin Trenberth e Dennis Shea, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR). O estudo será publicado no periódico Geophysical Research Letters. "A influência do aquecimento global oferece um novo nível ambiental que amplia o risco de maior atividade futura de furacões", diz Trenberth.
O estudo contradiz alegações de que ciclos naturais seriam os responsáveis pela intensificação da atividade de furacões no Atlântico, desde 1995. O trabalho também apóia a conclusão de que as temporadas de furacão serão cada vez mais ativas, conforme as temperaturas globais se elevam. O ano passado produziu um total recorde de 28 tempestades e furacões no Atlântico. Os furacões Katrina, Rita, e Wilma atingiram intensidade 5, a mais alta na escala adotada nos EUA.
A pesquisa tem como foco a elevação nas temperaturas do oceano. Durante boa parte da temporada de furacões do ano passado, as temperaturas na superfície do oceano Atlântico, entre as latitudes 10 e 20 Norte, onde muitos furacões se originam, estiveram bem acima da média marcada entre 1901-1970. Cientistas concordam que águas mais quentes estimulam os furacões, mas não há consenso sobre a causa dessa elevação de temperatura.
(Estadão Online, 22/06/2006)
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