Há dois anos uma comitiva gaúcha vem lutando por alterações na resolução 420, que afirma que o carvão vegetal é uma carga perigosa. Após diversos encontros, pesquisas, e apoio de órgãos e associações públicas e privadas, o grupo pode comemorar. Nesta semana, o prefeito brochiense Valmor Griebeler (PDT) recebeu cópia dos documentos da Agência Nacional de Transportadores Terrestres (ANTT), enviados ao Comandante Geral da Brigada Militar do Estado, ao diretor geral do Departamento de Polícia Rodoviária Federal e ao deputado estadual Paulo Azeredo (PDT). O texto confirma a alteração.
Pesquisas da Fundação de Ciência e Tecnologia Cintec (Laboratório oficial do governo do Estado do Rio Grande do Sul) confirmam que os carvões vegetais produzidos no Estado não têm como inflamar ou queimar espontaneamente. A certificação está baseada no relatório, sobre as impossibilidades da combustão espontânea do carvão vegetal, do doutor em Ciências Ambientais Geraldo Mario Rohde. O pesquisador confirmou os dados após diversas pesquisas, estudos, experimentos e ensaios laboratoriais, que comprovaram a não-periculosidade de o carvão incendiar sozinho.
Após receber a certificação de que a carga voltará a ser considerada comum, Griebeler comemorou. "Além da economia, não existirá tantos problemas de multas, já que a polícia passará a cobrar somente as exigências de carga comum", comemora o chefe da Administração de Brochier. O prefeito acredita que essa diminuição de cobrança favorece os transportadores, que não precisarão adaptar os veículos. "É uma mudança que beneficiará principalmente os novos empresários, já que o kit para carga perigosa custa no mínimo R$ 500,00", avalia. Griebeler salientou a participação de todos na luta pela alteração da resolução no Rio Grande do Sul. "É algo que nós todos conquistamos", diz, colocando que outros estados do Brasil ainda não confirmaram a não-perigosidade da carga.
O grupo militante gaúcho é formado, ainda, pelo senador Sérgio Zambiasi (PTB), deputado federal Edir Oliveira (PTB), deputado federal Pompeo de Mattos (PDT), Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), prefeitos, vereadores, secretários da agricultura e transportadores de Maratá, Tupandi, São Sebastião do Caí, Salvador do Sul, Brochier e Montenegro.
(Por Kelly Kaminski,
Jornal Ibiá, 22/06/2006)