(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-06-23
O embargo determinado pelo Ibama à Aracruz Celulose no córrego Jacutinga, em Linhares, foi apenas verbal. Foi o que reconheceu o gerente do órgão no Estado, Ricardo Vereza Lodi. O embargo seria formalizado ainda ontem (21), assegura o gerente. No local, a empresa cometeu o crime ambiental de destruir vegetação nativa, com o agravante de ser em Área de Proteção Permanente (APP).

O gerente do Ibama prometeu que definiria as providências em relação à destruição da vegetação nativa na APP antes de visitar o local, nesta quarta-feira. Mas, pela manhã, informou que formalizará o embargo à Aracruz Celulose no local e destacou que o embargo verbal está sendo cumprido.

Mas sem comunicação por escrito, a Aracruz Celulose pode não estar mais cortando árvores no córrego Jacutinga pela decisão dos moradores de impedir o corte da vegetação nativa a qualquer preço. Afinal, com o corte da vegetação nativa e o plantio do eucalipto na APP, o córrego passou a secar no período de estiagem. Só com a regeneração da vegetação nativa é que o córrego recuperou parte do seu volume de água.

Ricardo Vereza Lodi informou que em 2001 o então gerente do Ibama, José Olímpio Vargas, autorizou o corte de eucalipto na área de APP, até 30 metros do córrego. Destacou que foi determinado então à Floresta Rio Doce, que recebeu a autorização para o corte do eucalipto, que eliminasse a brotação do eucalipto para permitir a regeneração da vegetação nativa na área.

O gerente do Ibama informou que estuda se legalmente a autorização dada à Floresta Rio Doce podia ser transferida à Aracruz Celulose. Disse ainda que a área pode estar na zona de amortecimento da Reserva Biológica de Sooretama. Na Bahia, regulamentação do Ibama impede o plantio de espécies exóticas na zona de amortecimento das unidades de conservação, mas Ricardo Vereza Lodi informou que tal providência não é ainda adotada no Espírito Santo.

Segundo o gerente do Ibama, ele estudará com a comunidade e com a prefeitura de Linhares a criação de uma unidade de conservação na região. Para proteção da área poderia ser criada uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) ou uma Reserva Extrativista (Resex), unidades onde a prática de atividades sustentáveis é permitida.

O Ibama não poderá deixar de multar a Aracruz Celulose e tampouco de determinar a recuperação ambiental da área pela empresa, pois cometeu o crime ambiental. Segundo relatou Elias Alves, da coordenação estadual do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), foram destruídas várias árvores de espécies raríssimas, como a braúna e sapucaia, além de guaribú e gibatão, entre outras.

A destruição da vegetação nativa pela Aracruz Celulose no córrego Jacutinga, na região do Córrego do Farias, em Linhares, foi contida na sexta-feira (16) pelos moradores. Crianças, mulheres - uma delas grávida de nove meses - e trabalhadores ligados ao MPA se posicionaram em frente aos sete tratores que entraram em operação no local.

A empresa pressionou os moradores com sua vigilância privada, a Visel, que contou com apoio de dez policiais militares. Os efetivos da Policia Ambiental que estiveram no local no dia seguinte sequer fizeram levantamentos na área e informaram que se baseariam nas informações dos policiais militares para as providências, segundo relato dos moradores.

A Aracruz Celulose destruiu 50 mil hectares de mata atlântica no Espírito Santo. Continua a desmatar: a empresa foi multada em 2006 pelo Ibama na Bahia em R$ 606 mil, por plantio de eucalipto de 202,92 hectares de eucalipto na Fazenda Santa Maria, próxima à área do entorno do Parque Nacional do Descobrimento, no município de Prado, extremo sul do Estado.

Em dezembro do ano passado, a Veracel (onde a Aracruz Celulose detém 50% das ações e localizada no sul da Bahia) foi multada em R$ R$ 360.900,00, por dificultar a regeneração natural de florestas de mata atlântica em 1.203 hectares. A Veracel foi multada pelo Ibama por não cumprimento da determinação da Lei 9.985/2002, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Pelo SNUC, e pela determinação 013/90 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), não podem ser realizados plantios de espécies exóticas em dez quilômetros de raio da zona de amortecimento das unidades de conservação.

A transnacional Aracruz Celulose teve lucro líquido de R$ 3,17 bilhões nos últimos três anos. O lucro da empresa é favorecido pelos governos federal e estadual desde sua implantação. Também lucra com a apropriação indébita e exploração intensiva de territórios quilombolas, índios e de pequenos proprietários rurais. Ocupou e mantêm em seu poder terras devolutas, que são públicas.
(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário, 22/06/2006)
www.seculodiario.com

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -