Instituição paulista desenvolve citros transgênicos
2006-06-22
Instituições brasileiras de pesquisa, quatro ao todo, iniciam este mês os primeiros testes com 120 mudas de laranja transgênicas para selecionar variedades resistentes às principais pragas dos citros. As pesquisas são centralizadas no Centro de Citricultura Sylvio Moreira, do IAC, e feitas em parceria com a Esalq/USP, a Unicamp e o Instituto Biológico.
Até o fim do ano, os cientistas devem selecionar plantas imunes ao cancro cítrico, à clorose variegada dos citros e à leprose, doenças cujo controle representa até 50% dos gastos do produtor. Além de reduzir o uso de defensivos, a pesquisa trabalha para obter porta-enxertos (cavalinhos) de laranja azeda resistentes à tristeza-dos-citros.
Até chegar às mudas resistentes, um longo caminho será percorrido. Logo após a germinação da semente, a planta é inoculada com a bactéria Agrobacterium tumefaciens - transmissora de uma doença conhecida como galha. Antes de ser inoculada na planta, a A. tumefaciens é modificada para carregar em sua estrutura genes que produzem compostos antibacterianos e antivirais e que induzem os mecanismos de defesa da planta contra as doenças.
"Em cada planta testada, o gene de interesse se aloja em um lugar da estrutura genética e as experiências irão apontar se é um local de maior ou menor expressão contra as doenças", diz a pesquisadora Raquel Luciana Boscariol Camargo.
O coordenador das pesquisas, Marcos Antonio Machado, salienta que todas as mudas estão em estufas com acesso restrito e certificadas pela Comissão Nacional Técnica de Biossegurança. E alerta que após a comprovação da resistência é necessário um processo para as mudas serem testadas em campo, período pré-comercial dessas novas variedades. As informações são de O Estado de S. Paulo/Suplemento Agrícola.
(Estadão, 21/06/2006)
http://www.estadao.com.br/agronegocios/noticias/2006/jun/21/39.htm