A 58a. Reunião Anual da Comissão Internacional da Baleia terminou sem que os baleeiros
conseguissem virar o jogo a favor da caça, como pretendiam com a provável maioria simples de
votos que teriam conquistado com o esforço do Japão em obter votos de países pobres em troca
de ajuda financeira.
Apesar do Japão ter conseguido aprovar, por um voto, uma "Declaração de St. Kitts" apoiando
a volta da caça no futuro, nenhuma outra ação de efeito prático foi conseguida pelos
baleeiros. Isso significa que a moratória da caça comercial de baleias continua vigorando.
O destaque deste último dia, entretanto, foi a prisão de ativistas da Greenpeace, entre eles
quatro brasileiros - Ana Paula Alminhana Maciel, Verônica Rameck, Bárbara Vitória Chagas da
Veiga e Joselei Wagner Lessa - que desembarcaram do navio da ONG, Arctic Sunrise, para um
protesto pacífico em frente ao local da reunião em Frigate Bay e foram presos pela polícia
local por entrada ilegal no país e resistência à prisão.
"Esperamos que eles sejam liberados amanhã (quarta-feira), já que o protesto foi
inteiramente pacífico", disse o Vice-comissário do Brasil na CIB, José Truda Palazzo Jr. Os
brasileiros estão presos junto com mais seis ativistas na Comissaria de Polícia de
Basseterre (capital de St. Kitts) e serão levados perante um magistrado local nesta
quarta-feira às 10 horas (horário de Brasília).
A delegação brasileira à CIB notificou o Ministério das Relações Exteriores e está
acompanhando o caso com vistas a prestar assistência aos ativistas brasileiros.
Os baleeiros tentarão agora se reorganizar numa reunião que o Japão pretende fazer no final
do ano, convidando apenas países pró-caça.
A próxima reunião da CIB será em Anchorage, no Alasca.
(Assessoria da IWC, disponível em
Ecoagência, 20/06/2006)