Reflorestamentos de restauração de matas ciliares : análise estrutural e método de monitoramento no médio Vale do Paranapanema (SP)
2006-06-22
Tipo de trabalho: Dissertação de Mestrado
Instituição: Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP)
Ano: 2004
Autor: Antônio Carlos Galvão de Melo
Contato: melo.acg@uol.com.br
Resumo:
Devido à importância das matas ciliares muitos esforços e recursos têm sido despendidos para sua restauração. Como forma de aumentar a eficácia dos reflorestamentos, a partir de 1986 as instituições de pesquisa desenvolveram técnicas de reflorestamento fundamentadas na sucessão secundária das florestas tropicais. Neste estudo foi realizada análise estrutural de dez reflorestamentos implantados com base na sucessão secundária e com idades variando de um a 13 anos, comparados com uma área em regeneração natural há 23 anos, todos em região de floresta estacional semidecidual, no médio Vale do Rio Paranapanema, SP. Em cada área foram levantados parâmetros referentes à biomassa (densidade, área basal, altura, DAP e cobertura de copas), fitossociologia (riqueza, diversidade e similaridade) e regeneração natural (densidade, riqueza, diversidade, similaridade com o estrato arbóreo e com áreas naturais). Os reflorestamentos apresentaram evolução mais rápida de todos os parâmetros referentes à biomassa do que a área em regeneração natural, os mais velhos aproximando-se estruturalmente de uma mata ciliar madura e levando a concluir que, para a região dos estudos, o abandono de áreas à regeneração natural não é estratégia de restauração tecnicamente recomendável, embora às vezes possa ser a única saída economicamente viável. Nenhuma das variáveis dendrométricas apresentou correlação expressiva com a riqueza de espécies plantadas, e conclui-se que a opção por plantios com baixa densidade (até 1240 plantas/ha) e baixa riqueza (até 11 espécies) não interfere no desempenho do reflorestamento, em termos de formação de biomassa. O desempenho estrutural dos reflorestamentos pode ser manipulado através da escolha das espécies e da densidade diferenciada entre os grupos sucessionais. A estrutura vertical dos reflorestamentos mostrou-se influenciada pela composição do plantio, refletindo a importância dos grupos sucessionais. As espécies pioneiras e secundárias iniciais dominam o dossel e constituem-se nas espécies emergentes. Plantas em regeneração natural são observadas somente nos reflorestamentos com idade de sete anos ou mais e sua densidade e riqueza mostraram-se correlacionadas apenas com a idade do reflorestamento e a distância até o fragmento natural mais próximo, predominando as espécies de síndrome de dispersão zoocórica