Bairro Ingleses, em Florianópolis, pede solução para esgoto
2006-06-22
O crescimento demográfico acelerado do bairro Ingleses, no Norte da Ilha,
aliado à insuficiência de investimento no setor de saneamento básico,
provocou problemas de saúde pública pública que tem interferido no meio
ambiente e no turismo do balneário. A questão foi tratada na noite de
terça-feira (20/06) em audiência realizada no Albino Disco Clube, no
bairro. A principal preocupação é com o lançamento de esgoto na praia.
Intermediados pelo promotor de Justiça Alexandre Herculano Abreu, do
Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o encontro teve participação
da Polícia Militar Ambiental, Fundação Municipal do Meio Ambiente
(Floram), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma),
Vigilância Sanitária, Secretaria Municipal de Habitação e Saneamento
Ambiental e Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan).
De acordo com a coordenadora do núcleo Norte da Ilha da Câmara de
Dirigentes Lojistas (CDL), Clotildes Campregher, a praia é que impulsiona
o comércio na região. "É a galinha dos ovos de ouro de Ingleses. Se ela
estiver poluída não haverá turistas. Queremos uma solução e prazo para
se adequar às normas", disse a empresária.
O presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária em Santa
Catarina (Abes-SC), Paulo Aragão, explicou que o problema em Ingleses
está na falta de uma estação de tratamento de esgoto ou de um emissário
submarino. Sem eles os dejetos acabam nos mananciais e no mar. "A Abes
defende um maciço investimento em saneamento básico para não prejudicar
o turismo. A cada ano a balneabilidade das praias de Florianópolis está
piorando", disse.
A assessoria de imprensa da Casan informou que já existe uma rede coletora
de esgoto em Ingleses e que o edital para a construção da estação de
tratamento, no valor de cerca de R$ 4 milhões, vai ser aberto no dia 23
de junho, às 15 horas. Além disso, a Universidade do Vale do Itajaí
(Univali) está fazendo o Estudo de Impacto Ambiental das correntes
marítimas para a construção do emissário submarino.
Outros balneários têm problema semelhante
O problema com poluição gerado pela falta de tratamento de esgoto não
está restrito a Ingleses. De acordo com o presidente da presidente da
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária em Santa Catarina (Abes-SC),
Paulo Aragão, a Lagoa da Conceição e os balneários do Sul da Ilha também
não têm tratamento de esgoto adequado. Em Santa Catarina, apenas 12% dos
municípios têm destino correto dos dejetos.
A assessoria de imprensa da Casan informou que o problema de poluição é
gerado pela falta histórica de investimento. A empresa acredita que é
possível elevar o índice de 12% para 70% dos municípios com tratamento
adequado de esgoto. Em Florianópolis estão sendo realizadas melhorias na
Barra da Lagoa, no Canto da Lagoa, na Costeira do Pirajubaé, no Saco
Grande e parte do bairro João Paulo.
(Por Maurício Frighetto, A
Notícia, 21/06/2006)