O vazamento registrado, em abril, num dos dois túneis de desvio da Usina
de Campos Novos, no Meio-Oeste do Estado, aumentou na madrugada de
terça-feira (20/06).
Engenheiros da construtora Camargo Correa continuam na tarefa de conter
esse vazamento, que impede que o lago da usina seja formado pela barragem
situada sobre o Rio Canoas, entre os municípios de Campos Novos e Celso
Ramos.
Dessa forma, a usina, que foi concluída no segundo semestre do ano passado
e tinha previsão de começar a operação da primeira das três turbinas em
fevereiro desse ano vai atrasar o início da geração de energia, estimado
em 880 megawatts. Não há previsão de quando esse serviço será concluído.
O diretor superintendente da Campos Novos Energia (Enercan), Enio
Schneider, disse que o vazamento inicial era de 30 metros cúbicos por
segundo e que, agora, está em três mil metros cúbicos por segundo.
- Quero tranqüilizar a população da região que não há problemas de ocorrer
inundações. Apenas alertamos a comunidade vizinha que não circule na
parte inundada da barragem porque, devido ao vazamento, o leito nessa
região vai diminuir e essa área vai ficar com muito lodo - explicou. O
empresário espera que o esvaziamento de parte do reservatório ajude a
contornar o problema.
A água oriunda dessa ruptura volta ao leito normal do rio após a parede
de contenção usada para formar o lago.
Conforme Schneider, esse volume desemboca no Rio Pelotas e é absorvido
pela usina de Machadinho, entre Maximiliano de Almeida (RS) e Piratuba
(SC), que, devido à estiagem, opera com apenas uma turbina.
A Usina
> Custo da obra: R$ 1,5 bilhão
> Início das operações: previsão de acionamento da primeira turbina em
setembro ou outubro deste ano
> Geração de energia: 880 megawatts
> Localização: leito do Rio Canoas, entre Campos Novos e Celso Ramos
Entenda o caso
Os dois túneis de desvio do curso do Rio Canoas foram abertos para
facilitar a construção da barragem da usina, em 2002. Com a sua conclusão
e a instalação das três turbinas, a operação de fechamento das compotas e
enchimento do lago começou em outubro de 2005.
Naquele mês foi registrado o primeiro vazamento num dos túneis,
solucionado depois de 25 dias de trabalho. Na retomada do enchimento do
lago, a abertura apresentou novos problemas.
Desta vez o vazamento de água ocorreu no terceiro vão do túnel dois. Essa
contenção ainda não foi controlada.
(Por Diego Rosa,
Diário Catarinense, 21/06/2006)