MT volta a liderar ranking de incêndios
2006-06-21
Mato Grosso já está novamente em primeiro lugar em número de queimadas. No início do ano, perdeu a posição de líder do ranking para o Pará, que também queima muito e por motivos semelhantes.
Somando os focos captados por satélites da última quinta-feira (15) até segunda-feira (19), de acordo com a Defesa Civil, já são 129. Por enquanto, São Paulo é que está na segunda posição, com 83 focos.
Porto dos Gaúchos (645 km de Cuiabá) é o município mato-grossense campeão em fogo, com 23 incêndios, seguido por Marcelândia (528 km) com 13, Feliz Natal (463 km) e Nova Ubiratã (522 km) com 11, e Tapurah (321 km), seis. Todos na região Norte.
O período ainda é de queima autorizada, portanto, de acordo com o tenente-coronel Arilton Azevedo, coordenador da Defesa Civil, estes números não significam infrações cometidas. "Já expedimos 49 autorizações para proprietários rurais de Mato Grosso", contabiliza.
O fogo ficará proibido no período de 15 de julho a 15 de setembro. Dois meses em que não é permitido nenhum tipo de queima. "Nem de uma folha de papel", exagera Azevedo.
Indagado sobre o porquê de Mato Grosso não conseguir sair desta condição de campeão em queimadas, ele argumenta que o Estado está em expansão e que os outros não têm mais verde para destruir. Ele explica que, por isso, a intenção não é a de eliminar a queima, mas sim conseguir que os proprietários rurais façam isso dentro das exigências, de forma controlada.
"Infelizmente o método que usamos ainda hoje é a derrubada e depois a queima", lamenta.
Para reduzir focos, o tenente-coronel diz contar com a atuação da imprensa na orientação contra o fogo. Este ano, explica o coordenador, tanto Ibama quanto a Sema podem expedir Licença Ambiente Única (LAU).
Durante o período de seca, queimadas interferem na qualidade do ar. A baixa umidade leva milhares de pacientes às unidades de saúde públicas e particulares, por problemas respiratórios. O que faz da prática da queimada, além de uma preocupação ambiental, um problema de saúde pública.
(Gazeta Digital, 20/06/2006)
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